A Associação Portuguesa de Seguradores prometeu esta segunda-feira estender o fundo solidário aplicado em Pedrógão Grande aos incêndios da semana passada, reforçando-o com pelo menos um milhão de euros, que se somam aos 2,5 milhões que o fundo já tinha.
A APS garante que vai agilizar processos para que os pagamentos, que se estimam em "centenas de milhões de euros", cheguem com rapidez.
Esta garantia foi deixada pelo presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, José Galamba de Oliveira, no final de uma reunião de uma hora com o primeiro-ministro, António Costa, e com o ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, em São Bento, Lisboa.
José Galamba de Oliveira afirmou que o sector segurador irá actuar em relação aos danos dos incêndios de 14 e 15 de Outubro passados "exactamente" com os mesmos critérios que aplicou após os incêndios de Junho em Pedrógão Grande (distrito de Leiria).
"Queremos rapidamente fazer chegar os fundos às zonas agora atingidas, embora neste caso se verifique uma maior complexidade devido a uma elevada dispersão geográfica no que respeita às áreas atingidas", declarou, estimando depois que a maioria dos apoios possa chegar aos beneficiários num prazo médio de oito semanas.
De acordo com José Galamba de Oliveira, serão "muito rapidamente colocadas no terreno as mesmas equipas que já trabalharam em Pedrógão Grande no sentido de agilizar os processos".
"Estão no terreno desde segunda-feira da semana passada as equipas multidisciplinares de peritos que estão a analisar os danos para que os seguros possam ser accionados de uma forma imediata, permitindo que as indemnizações cheguem rapidamente às famílias e às empresas. Acreditamos que o valor global das indemnizações esteja na casa das centenas de milhões de euros", frisou.
"Apoio célere e rigoroso da parte das seguradoras e da parte do Estado"
O ministro do Planeamento salientou que no processo de reparação de danos e pagamento de compensações resultantes dos incêndios da semana passada os seguros relativos a habitações ou empresas têm de ser accionados antes dos apoios públicos.
"Queremos que haja um apoio célere e rigoroso da parte das seguradoras e da parte do Estado", declarou o ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, que inicia esta segunda-feira uma série de reuniões com autarquias sobre o processo de reconstrução do território após os incêndios.
No Conselho de Ministros extraordinário de sábado, no que respeita a auxílios de emergência, o Governo decidiu apoiar com um montante até 30 milhões de euros casas de primeira habitação total ou parcialmente destruídas, avançando ainda com uma estimativa de cem milhões de euros destinados a cobrir prejuízos em empresas - empresas que terão ainda à sua disposição uma linha de crédito de montante idêntico, cem milhões de euros.
Estes valores de apoio público, reforçou Pedro Marques, destinam-se a compensar a parte dos prejuízos não coberta pelos seguros.
"Para não haver ineficiência ou duplicação de apoios, ou para não haver até demora na concessão dos apoios, é importante que o sector dos seguros e o Estado troquem informações dentro do enquadramento legal", justificou. Ou seja, acentuou o membro do Governo, esta componente dos apoios públicos "é supletiva em relação àquilo que são os apoios dos seguros".
"Por isso, é absolutamente necessário coordenar o esforço. Os apoios do lado dos seguros relativos à parte da habitação e das empresas têm de chegar primeiro, sendo os do Estado supletivos. Contudo, face ao carácter extraordinário das ocorrências e a natureza da propriedade, é admissível que muitas das habitações e das empresas não tenham seguros", acrescentou.