Balanço DGS: 1.144 mortes (mais nove) e 27.679 infetados (mais 98)
11-05-2020 - 13:06
 • Renascença

Secretário de Estado da Saúde revela que desde o início de maio "foram feitos mais testes do que em todo o mês de março".

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Esta segunda-feira, Portugal regista 1.144 mortos (mais nove mortos em 24 horas) e 27.679 casos positivos (mais 98) provocados pelo novo coronavírus, segundo o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS).

O relatório mantém o número de pacientes que já recuperam da doença (2.549) face a domingo.

Em relação aos hospitalizados, há 805 internados (mais oito), dos quais 112 nos Cuidados Intensivos (mantém face a domingo).

O secretário de Estado da Saúde revelou que desde o início de março já foram realizados 547 mil testes, mas desde o início de maio "foram feitos mais testes do que em todo o mês de março" - há uma média de 13.100 por dia. "Quanto mais testamos mais sabemos sobre a realidade epidemiológica do país", salientou António Lacerda Sales, em conferência de imprensa.

A região Norte é a que regista o maior número de mortos (651), seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (248), do Centro (216), do Algarve (14), dos Açores (14) e do Alentejo, que regista um caso, adianta o relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24h00 de domingo, mantendo-se a Região Autónoma da Madeira sem registo de óbitos.

A taxa de letalidade global é de 4,1% e sobe para 15,2% acima dos 70 anos, revelou o secretário de Estado.

Segundo os dados da DGS, 587 vítimas mortais são mulheres e 557 são homens.

Das mortes registadas, 769 tinham mais de 80 anos, 228 tinham entre os 70 e os 79 anos, 99 tinham entre os 60 e 69 anos, 36 entre e 50 e 59, 11 entre os 40 e os 49 e um dos doentes tinha entre 20 e 29 anos.

O secretário de Estado avançou que esta semana vai chegar mais material de proteção individual, dando como exemplo, dois milhões de máscaras cirúrgicas e 1.7 milhões de respiradores FFP2 e P3, entre outros materiais, "o que garante uma certa estabilidade de renovação de stocks que continuam a ser cruciais".

Também em conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu que os casos mais graves de Covid-19 podem deixar sequelas.

"É preciso analisar nos casos com determinada gravidade se os órgãos afetados ficam com outro tipo de lesões, que podem, ou não, ser permanentes. São estudos que os hospitais farão, mas há indicações que alguns doentes podem ficar com sequelas, sim", afirmou.

Com o abrandar da curva epidemiológica, a retoma da I Liga voltou a ser possível e, em conjunto com a Federação Portuguesa de Futebol, a DGS desenhou um Código de Conduta, a ser seguido por todos os intervenientes. Contudo, os jogadores têm-se queixado de que lhes é imputada responsabilidade pelo risco.

Graça Freitas garantiu que "todos os atores têm responsabilidade". António Lacerda Sales reforçou que "os níveis de responsabilidade estão muito bem definidos" e manifestou confiança numa retoma bem-sucedida, "se cada uma das partes fizer bem o seu trabalho".

O concelho de Lisboa é o que regista o maior número de casos de infeção pelo novo coronavírus (1.737), seguido por Vila Nova de Gaia (1.455), Porto (1.303), Matosinhos (1.207), Braga (1.152), Gondomar (1.048), Maia (909), Sintra (769) Valongo (737), Guimarães (661), Ovar (626), Coimbra (561) e Loures (507).

Desde o dia 1 de janeiro, registaram-se 276.153 casos suspeitos, dos quais 2.642 aguardam resultado dos testes.

A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 50 aos 59 anos (4.673), seguida da faixa dos 40 aos 49 anos (4.649) e das pessoas com mais de 80 anos (4.212 casos).

De acordo com a DGS, 42% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 30% febre, 21% dores musculares, 20% cefaleia, 15% fraqueza generalizada e 12% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 89% dos casos confirmados.

Portugal entrou a 3 de maio em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março. Esta nova fase de combate à Covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

De acordo com o Plano de Desconfinamento do Governo, os restaurantes e cafés poderão reabrir a partir de 18 de maio, mas de acordo com as restrições impostas no âmbito da mitigação à propagação da pandemia de Covid-19. No caso dos restaurantes, o limite da lotação é de 50%, com funcionamento até às 23h00 e condições específicas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia já provocou mais de 280 mil mortos e infetou mais de quatro milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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