O presidente do PSD admitiu esta terça-feira que a distância que separa o partido do PS torna a vitória difícil nas autárquicas, mas mais fácil “do que ganhar os Euromilhões”, numa manhã de campanha improvisada no ‘shopping’ da Guarda.
A chuva intensa que se faz sentir desde segunda-feira na Guarda trocou esta terça-feira as voltas a Rui Rio, que tinha previsto o arranque oficial da campanha com contactos com a população num jardim local.
Em vez disso, a manhã começou com um café com o candidato e atual autarca Carlos Chaves Monteiro, que substituiu Álvaro Amaro (que não marcou presença nas iniciativas de campanha do PSD esta terça-feira) na presidência da Câmara da Guarda quando este foi para o Parlamento Europeu.
Rio começou por ironizar ir fazer queixa à Comissão Nacional de Eleições por a meteorologia estar a penalizar o PSD e beneficiar o PS, mas, mais a sério, repetiu as críticas que tem feito a António Costa, reiterando que “não é correto misturar na campanha a função de primeiro-ministro com a de secretário-geral do PS” ao falar dos milhões do Plano de Recuperação e Resiliência.
A comitiva fez depois uma breve paragem numa empresa tecnológica local, a Isobar, e, no final, chegou a autorização para visitar o centro comercial local, onde Rio fez questão de entrar em dezenas de lojas.
Foi à saída de uma delas, onde se pode apostar em jogos sociais, que foi questionado se seria mais fácil ganhar o Euromilhões do que vencer as autárquicas de 26 de setembro.
“É mais fácil ganhar estas eleições do que o Euromilhões apesar de tudo, mesmo com a distância que o PS tem do PSD, uma distância enorme”, afirmou, referindo-se às 161 autárquicas lideradas pelos socialistas, contra as 98 sociais-democratas.
Já sobre a vitória na Guarda, o líder do PSD considerou-a mais simples, mesmo com as divisões internas, que levou o PSD nacional a impor o nome do presidente em funções à escolha da concelhia, Sérgio Costa, que agora irá como independente.
“É evidente que as divisões são más, mas os dados que temos é que não afetam o suficiente para não ganhar as eleições na Guarda”, assegurou.
Numa loja de suplementos, de que é consumidor, Rio disse não precisar de nada porque “tem feito tudo direitinho” e tomado magnésio, ómega-3, vitamina D para reforçar o sistema imunitário
Nos contactos com comerciantes e pessoas que visitavam o centro comercial, Rio chegou a encontrar quem não o conhecesse, mas também uma eleitora do PSD de Vilar Formoso, que disse gostar muito de o ver na televisão, e pediu força para os jornalistas “que destapam muitas carecas”, dizendo ter um filho com essa profissão.
“Umas vezes sim, outras não, outras vezes tapam”, respondeu Rio
Ainda assim, Fernanda da Piedade deixou um desejo e uma garantia: “Deus queira que ganhem que vou votar por vocês”.
Mas foi com um grupo de turistas alemães na zona da alimentação que Rio se demorou a conversar por largos minutos, na língua que domina por ter frequentado a Escola Alemã.
“As eleições alemãs são no mesmo dia das autárquicas e este senhor ainda não decidiu se vota SPD ou CDU”, enquadrou depois os jornalistas.
A autarquia da Guarda é presidida pelo PSD desde 2013, quando o partido ganhou as eleições com o candidato Álvaro Amaro, que repetiu a vitória em 2017.
Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD obteve 61,20% dos votos e sete mandatos autárquicos, e o PS obteve 23,35% e elegeu dois vereadores.
Na Guarda, além de Carlos Chaves Monteiro (PSD), são candidatos Luís Couto (PS), Sérgio Costa (independente), Francisco Dias (Chega), Honorato Robalo (CDU), Jorge Mendes (BE) e Pedro Narciso (CDS-PP).