O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel afirmou esta sexta-feira que o Chega “não faz parte da direita moderada”, e classificou-o como um “limite intransponível”, desafiando o PS a esclarecer a sua ligação “pouco transparente” a este partido.
Questionado pelos jornalistas na apresentação pública da sua candidatura sobre a possibilidade de acordos com o partido liderado por André Ventura, o eurodeputado considerou que “a pergunta está respondida” no seu discurso inicial, onde referiu que a sua candidatura representa “a riqueza ideológica de um partido plural, que vai do centro, centro-esquerda até ao limite intransponível da direita moderada”.
“É evidente que o Chega não faz parte da direita moderada, até falei de limite intransponível”, salientou.
No entanto, desafiou, “essa pergunta deveria ser colocada ao PS e António Costa”, considerando o Chega “o aliado objetivo do PS”.
“Um Chega mais forte permite ao PS perpetuar-se no poder. Para mim, a grande questão hoje na democracia portuguesa é qual é a ligação entre o Chega e o Partido Socialista, que não é transparente. O grande interessado que o Chega possa bloquear soluções no centro-direita é o PS e não é mais ninguém”, frisou.
Quanto a entendimentos com outros partidos, Paulo Rangel apontou o CDS como “parceiro preferencial” e a Iniciativa Liberal como um partido “para dialogar”.
“Dois interlocutores com os quais o PSD liderado por mim estará perfeitamente com capacidade de diálogo, de pontes”, disse.
Depois de criticar o que classificou de “política sistemática de acordos com o PS e o Governo Costa” da direção de Rio, o eurodeputado admitiu que, em certas matérias estruturantes, podem ser necessários entendimentos com os socialistas, dando como exemplos matérias como revisão constitucional ou a eleição de juízes para o Tribunal Constitucional.