Paulo Morais assume que resultado ficou "muito aquém"
24-01-2016 - 22:10

Candidato aproveitou para dar os parabéns a Marcelo Rebelo de Sousa pela sua eleição.

O candidato presidencial Paulo de Morais admitiu que o resultado das eleições ficou "muito aquém" do esperado mas realçou que o tema que sempre defendeu, do combate à corrupção, "não pode sair mais da agenda política".

"É verdade que o resultado ficou muito aquém do que eu esperaria. Esperava um resultado mais substancial face ao conjunto de causas que defendi durante a campanha", afirmou o ex-vice-presidente da Câmara do Porto num discurso de pouco mais de dois minutos aos apoiantes na sede do Porto.

O candidato, que aproveitou para dar os parabéns a Marcelo Rebelo de Sousa pela sua eleição, destacou que com a sua campanha foi possível "marcar a agenda da própria campanha eleitoral".

"O tema central da discussão durante a campanha foi efectivamente o combate à corrupção o que nos deixa muito orgulhosos", acrescentou, sublinhando que "doravante, o tema do combate à corrupção não pode sair mais da agenda política, nomeadamente a corrupção na vida pública e na vida política".

No discurso, o candidato disse ter ficado demonstrado "ao longo de 10 meses" de campanha e pré-campanha que "é possível em Portugal, sem apoios partidários, sem ligações empresariais, quase contra tudo e contra todos, criar uma campanha eleitoral baseada num conjunto de princípios que são claros", dos quais destacou a sua bandeira do combate à corrupção.

Foi quase em silêncio que os apoiantes de Paulo de Morais viram, às 20h00, os primeiros resultados das eleições presidenciais que hoje deram a vitória a Marcelo Rebelo de Sousa. Silêncio que continuou até às 21h30 quando o candidato, que se encontrava no primeiro andar da sede no Porto, desceu para um curto discurso aos apoiantes.

Para combater a corrupção, Paulo Morais, de 52 anos, foi o primeiro candidato às eleições presidenciais a oficializar a corrida eleitoral junto do Tribunal Constitucional, escolhendo simbolicamente o dia 1 de Dezembro de 2015.

O professor universitário foi, entre 2002 e 2005, vice-presidente pelo PSD na Câmara do Porto, tendo nos últimos anos sido o combate contra a promiscuidade entre a política e os negócios e as denúncias sistemáticas de casos de corrupção - que diz ser o "maior dos males da vida política portuguesa" - que fizeram o candidato ser conhecido do grande público.