Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, iniciou nesta terça-feira uma viagem ao Médio Oriente, com vista a reforçar o cessar-fogo na região e acelerar a ajuda humanitária a Gaza, depois de 11 dias de violentos confrontos.
O representante da administração Biden já se encontrou com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, e tem previsto na agenda uma reunião com o líder palestiniano, Mahmoud Abbas, em Ramallah (Cisjordânia).
Antony Blinken está na região até quinta-feira, dia 27. “O nosso principal objetivo é manter o cessar-fogo, levando assistência às pessoas que dela necessitam”, afirmou na segunda-feira um funcionário da missão norte-americana, sob anonimato, citado pela agência Reuters.
A mesma fonte diz ser cedo para negociações de paz entre as duas partes, uma vez que Israel teve quatro eleições inconclusivas em dois anos e, na Palestina, existe uma divergência entre o grupo Hamas e o Presidente Abbas, apoiado pelo Ocidente.
As mais recentes tréguas, que suspenderam os confrontos e ataques iniciados em 10 de maio na Faixa de Gaza, foram mediadas pelo Egito, em coordenação com os Estados Unidos.
Na opinião do Presidente norte-americano, Joe Biden, a solução para o duradouro conflito no Médio Oriente é a criação de dois Estados, mas Israel mostra-se relutante. Na segunda-feira, Biden condenou os ataques contra os israelitas.
No dia 10 de maio, voltaram os conflitos na região e a violência foi escalando durante 11 dias. Algumas das armas utilizadas terão sido compradas com dinheiro norte-americano, indica a CNN, uma vez que a administração Biden aprovou a venda de mais de 600 milhões de euros em armamento de precisão a Israel.
Destes confrontos resultaram 13 mortos do lado de Israel, além de centenas de feridos. Do lado de Gaza, o balanço de vítimas mortais ultrapassa os 220, entre os quais muitas crianças, e, no terreno, vários edifícios de habitação e comerciais foram destruídos (total ou parcialmente).
As autoridades palestinianas estimam os custos de reconstrução em dezenas de milhões de dólares em Gaza.
Israel, que bloqueia o território desde 2007, diz que os ataques aéreos atingiram alvos militares legítimos e que fez o possível para evitar baixas civis, incluindo avisos prévios quando estava prestes a atingir prédios residenciais que também teriam uso militar.
“Vamos reconstruir Gaza”
No dia 21 de maio, entrou em vigor o cessar-fogo. Muitos palestinianos saíram à rua de Gaza para celebrar. Agora, é tempo de reconstruir. Muitos dos edifícios destruídos eram essenciais ao território – como é o caso da única unidade, em toda a Faixa de Gaza, capaz de fabricar material médico básico, como estetoscópios, tão necessários nos hospitais, mas difíceis de obter quando se está debaixo de um bloqueio israelo-egípcio de 14 anos.
Mas as autoridades israelitas garantem que já estão a permitir a entrada de combustível, medicamentos e alimentos destinados ao setor privado de Gaza.
No território, foi lançada a campanha “Vamos reconstruir Gaza”, que já conta com mais de três mil voluntários.