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O Papa Francisco considerou, numa entrevista à rádio espanhola COPE, que “nem todas as eventualidades foram tidas em conta” relativamente à saída das tropas dos Estados Unidos e aliados do Afeganistão.
Num excerto de uma entrevista que será divulgada na quarta-feira e quando questionado se a população foi deixada “por conta própria” no Afeganistão, Francisco disse que não quer fazer julgamentos, mas afirma que “não foram tidas em conta todas as eventualidades”.
O Papa Francisco já fez dois apelos após a oração dominical do Angelus sobre o Afeganistão e no último, em 29 de agosto, expressou a sua preocupação com a situação no país e pediu “para continuarem a ajudar os mais necessitados”.
Francisco manifestou também o seu desejo de que “o diálogo e a solidariedade alcancem uma coexistência pacífica no país” e exortou os cristãos a “intensificar a oração e praticar o jejum”.
“Acompanho a situação no Afeganistão com grande preocupação e partilho o sofrimento daqueles que choram pelas pessoas que perderam as suas vidas nos atentados suicidas de quinta-feira passada e daqueles que procuram ajuda e proteção”, disse Francisco na Praça de São Pedro, durante a oração dominical do Angelus.
Anteriormente, no dia 15 de agosto, o Papa também pediu a abertura de um diálogo para que a população possa voltar a viver em paz.
Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO, que se encontravam no país de 2001, na sequência do combate à Al-Qaeda após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
O último avião norte-americano deixou o Afeganistão na segunda-feira à noite, pondo fim a 20 anos de presença no país.