O PCP vai voltar a votar contra a renovação do estado de emergência devido à covid-19, considerando que “há estado de emergência a mais e medidas a menos” para combater a crise, disse hoje Jerónimo de Sousa.
No final de uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o estado de excepção, por mais oito dias, o secretário-geral comunista afirmou que o importante será “o reforço do SNS, em meios e profissionais” e o apoio e proteção social para trabalhadores e empresários que “estão com a corda no pescoço”.
“Há estado de emergência a mais, mas há medidas a menos”, no Serviço Nacional de Saúde, por exemplo, mas também para responder aos problemas nos lares de idosos.
E pediu um reforço de medidas para fazer face à situação dos lares, onde se têm relevado mais surtos e mais mortes de idosos, através de uma “maior articulação” entre os ministérios da Saúde e da Segurança Social.
As chamadas “brigadas rápidas”, afirmou, “não estão a dar resultado” quando, depois de uns dias, se vão embora e os problemas ficam nos lares.
Trabalhadores e pequenos empresários sentem necessidade de “medidas concretas” de apoio a pequenos e médios empresários, já previstos no Orçamento do Estado de 2021, que estão em “situação angustiante” ou com a “corda no pescoço”, afirmou.
Nas últimas votações na Assembleia da República, a bancada do PCP votou contra a renovação do estado de emergência.
Bloco defende reforço do SNS, com ou sem emergência
O Bloco de Esquerda (BE) voltou hoje a insistir na necessidade de reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), independentemente da renovação do estado de emergência devido à pandemia da covid-19.
Sem revelar a intenção de voto, o presidente do grupo parlamentar do BE sublinhou que o expectável aumento da pressão sobre os hospitais, decorrente dos efeitos habituais da gripe e agora da pandemia, tem de ser acompanhado de medidas que assegurem a capacidade de resposta do SNS.
“Numa pressão nos hospitais que já era elevada anteriormente a este período, agora exige-se que haja uma resposta executiva que garanta quer os recursos humanos, quer os meios para uma resposta que não falhe a ninguém”, disse Pedro Filipe Soares, no final de uma audiência com o Presidente da República, em Lisboa.
Considerando necessário “cuidar do SNS para que ele cuide de nós”, o BE defendeu mais investimento e a mobilização dos serviços de saúde privados no apoio ao combate à pandemia da covid-19.