Especialistas e empresários reúnem-se esta terça-feira na Q-Day Conference, em Lisboa, para discutir o impacto destas tecnologias no mundo do trabalho e da produtividade.
É a 14ª edição da Q-Day Conference, evento de tecnologia que este ano tem o título “Decoding Generative IA” (Descodificar a inteligência artificial generativa) organizada pela empresa de software Quidgest.
Mas, afinal, o que é a inteligência artificial generativa?
É toda a ferramenta que, com as indicações do utilizador, é capaz de gerar texto, imagens ou até mesmo áudio. Um dos exemplos mais conhecidos é o ChatGPT, programa que consegue gerar texto baseado nas instruções dadas.
Uma oportunidade para as empresas, mas só com formação contínua
Uma das oradoras do evento é Isabel Ramos, professora de Sistemas de Informação na Universidade do Minho. Em declarações à Renascença, a docente partilha que “há algumas tarefas mais simples que podem ser automatizadas logo que estas ferramentas sejam mais fiáveis do que são neste momento”.
Isabel Ramos entende que, assim, a inteligência artificial generativa pode livrar os trabalhadores de tarefas monótonas e aumentar a produtividade, mas afirma que, para tal, as empresas terão de investir na formação contínua dos seus empregadores, de forma a sofisticar as suas competências.
O evento está dividido em quatro painéis e pretende cobrir a influências que estas ferramentas podem ter nas nossas vidas a nível de serviços públicos, negócios e futuro do trabalho, de forma a criarem uma mudança positiva no mundo.
João Ferrão dos Santos pediu ao ChatGPT para criar uma empresa
É uma história do tempo moderno, graças à inteligência artificial generativa. João Ferrão dos Santos não está nos painéis da Q-Day Conference, mas esteve na Renascença, a dia 4 de setembro, com Teresa Oliveira.
O jovem empresário partilhou que pediu ao ChatGPT para criar uma empresa de sucesso, mas que só precisasse de 1.000 dólares e de lhe ocupar uma hora por dia. Foi assim que nasceu Alsthetic, a sua empresa de roupa por encomenda, com design feito pela inteligência artificial.
Apesar de parecer muito fácil, João sublinhou que é preciso ter algum cuidado com ferramentas deste género. “Isto já foi até testado. Pediram ao ChatGPT para dar recomendações de livros para se aprender sobre um tópico, e no meio de recomendações de livros, ele estava a inventar livros que não existiam. Isto acontece mesmo e é pela forma como o software está desenvolvido”.
Além disso, o empresário acrescenta que nada substitui o lado humano, uma vez que teve de tratar, por exemplo, de testar a sua loja online e de toda a burocracia necessária para começar o seu negócio.