A notícia de que o nome de Mario Draghi estará a ser lançado pelo Eliseu para a presidência da Comissão Europeia é esta sexta-feira avançada pelo jornal italiano “La Repubblica”, com base em fontes diplomáticas em Paris e Bruxelas.
Será este o plano de Macron para conter as ascensão dos nacionalistas na Europa. E a ideia até já terá sido apresentada ao chanceler alemão. Apesar de não ser fácil, para Olaf Scholz, afastar uma compatriota de um novo mandato, a resistência de Berlin poderá diluir-se se a cadeira de Secretário-geral da NATO for reservada para Ursula Von der Leyen.
Contactado pela Renascença, o eurodeputado Paulo Rangel admite que o nome de Draghi - o antigo presidente do BCE - tem circulado muito, ultimamente, nos corredores de Bruxelas, mas sublinha que tem sido apontado para um outro cargo, o de presidente do Conselho Europeu, atualmente ocupado pelo belga Charles Michel: "Especialmente no último mês e meio, dois meses, tem, de facto, aparecido muito o nome de Mario Draghi. Aliás (o seu nome) tem sido essencialmente lançado pela primeira-ministra Meloni, que quer ter um italiano num posto-chave. O posto que tem sido mais falado é o de presidente do Conselho Europeu, e não de presidente da Comissão", atestou Rangel.
"É verdade que surge agora esta notícia do "La Repúbblica", mas não é muito provável que o presidente da Comissão seja alguém que tenha já uma idade de 76 ou 77 anos...que é o que vai acontecer com Mário Draghi, se ele for presidente da Comissão a partir do Verão ou do Outono de 2024. Portanto, isso não parece uma coisa muito plausível. Já a hipótese de vir a ser presidente do Conselho, que é um cargo menos exigente e com outro ritmo, poderia ser muito provável", considera o eurodeputado.
Paulo Rangel admite, neste caso, que apesar de ser um independente, Mario Draghi conseguiria unir as principais famílias europeias: PPE, Socialistas, e Liberais: "Ele é um independente, embora tenha boas relações com todos estes grupos políticos. Mário Draghi vale por si e, portanto, evidentemente que é possível que haja um acordo nesse sentido" (vir a ser presidente do Conselho Europeu).
Já no caso da Comissão Europeia, explica Rangel na Renascença, "isso significaria que Ursula Von der Leyen iria para a Secretaria-geral da NATO, que eu não acho muito provável, mas é possível porque os Estados Unidos querem isso". (...) "Seria plausível se Macron tiver a informação dos americanos de que querem mesmo Úrsula Von der Leyen como Secretário-Geral da NATO. Se fosse assim, então ele (o presidente francês) estaria já a procurar uma alternativa a Úrsula".
Ainda faltam muitas peças para concluir o puzzle...mas o nome de Draghi é cada vez mais falado em Bruxelas.