MP “permanecerá inquebrantável e incólume a críticas”, diz Lucília Gago
11-12-2023 - 13:08
 • João Cunha , Olímpia Mairos

A Procuradora-Geral da República lamenta o que diz serem abordagens bipolares ao Ministério Público por parte de alvos de investigações. O primeiro-ministro do Governo em gestão, António Costa, numa entrevista à CNN, esta segunda-feira de manhã, teceu críticas a Lucília Gago, e ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo papel que desempenharam na queda do Governo.

Depois de António Costa se dizer magoado por se ver envolvido na Operação Influencer, a Procuradora-Geral da República garante que o Ministério Público vai permanecer inquebrantável e incólume a críticas de quem quer descredibilizar e destruir.

“Estão hoje também bem patentes as profundas e entrecruzadas raízes dos ataques desferidos a uma magistratura com provas dadas e que permanecerá inquebrantável e incólume a críticas desferidas por quem avisa menorizar, descredibilizar ou mesmo, ainda que em surdina ou subliminarmente, destruir”, afirmou Lucília Gago.

A Procuradora-Geral da República lamentou ainda o que diz serem abordagens bipolares ao Ministério Público por parte de alvos de investigações.

“É de lamentar e de refutar abordagens bipolares que tanto parecem enaltecê-lo como quando fustigado por vendavais, que incidem e impacientam certos alvos de investigações, o passam a considerar altamente questionável e inoperante, clamando por redobradas explicações nunca suscetíveis desse ponto de vista de atingir o limiar da suficiência”, acrescentou.

Já o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, não quis comentar as críticas de António Costa à Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, e ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo papel que desempenharam na queda do Governo.

Em declarações aos jornalistas, à margem da conferência “A defesa da integridade e da transparência no desporto”, no âmbito das comemorações do Dia Internacional Contra a Corrupção, Luís Neves destacou apenas a necessidade de respeito pela investigação.

“Não sou comentador, sou polícia e falo do nosso trabalho. Portanto, relativamente a esta questão entendo que o respeito pelo segredo da investigação deve ser tido e o respeito pelos suspeitos, pelos arguidos, pelos atores, deve ter lugar neste como em qualquer outro lugar”, disse Luís Neves.