Sindicatos médicos ameaçam "endurecer a luta" e acusam ministro de estar desfasado da realidade
08-11-2017 - 18:14

Ministro da saúde manifesta "sintomas preocupantes não do ponto de vista político, mas clínico", ironizam os sindicatos.

Os sindicatos médicos ameaçam com um "endurecimento da luta" e acusam ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, de estar "desfasado da realidade".

Numa conferência de imprensa de balanço da greve desta quarta-feira, os dirigentes da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) afirmaram que “todas as hipóteses estão em cima da mesa, respeitando o quadro legal existente”, nomeadamente a realização de novas paralisações.

"Depois de várias greves, depois de ano e meio negociações, o que aconteceu foram farsas negociais", acusa Mário Jorge Neves, da FNAM.

“Pedimos que o processo negocial ocorra. Pedimos que nos seja devolvido aquilo que foi tirado durante os anos da troika”, disse por sua vez Jorge Roque da Cunha, do SIM.

Os sindicatos vão reunir os órgãos directivos para "determinar quais os mecanismos de endurecimento da luta, que será um endurecimento de forma extraordinário para pôr cobro a uma situação de vergonha nacional na negociação sindical e contratação colectiva".

Os sindicatos fazem duas exigências imediatas: a calendarização do descongelamento da carreira médica e das grelhas salariais, e calendarização de um estatuto sobre o desgaste rápido na profissão, porque “há sintomas preocupantes de esgotamento profissional e carência de meios”.

O ministro da Saúde acredita num acordo com os médicos até ao final do ano, mas os sindicatos duvidam a manter-se a actual postura do Governo.

“Temos vindo a assistir a sucessivas declarações do ministro da saúde. Há sintomas preocupantes não do ponto de vista político, mas clínico. Há uma desconexão entra as palavras do ministro e a realidade no terreno. Pode dizer o que entender, estamos num país livre, estamos a falar de propaganda e não numa vontade de chegar a acordo com os sindicatos”, disse Mário Jorge Neves, da FNAM.