Chega ao México nova vaga de migrantes a caminho dos EUA
18-01-2019 - 15:47
 • Reuters

“Saímos do nosso país, porque já não aguentamos a fome”, afirma uma mulher das Honduras. Nos EUA, prossegue o maior “shutdown” de que há memória. Já lá vão 28 dias.

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Um grupo de migrantes hondurenhos entrou esta sexta-feira no sul do México, a zona onde o Presidente norte-americano quer construir um muro anti-migrantes e onde já estava um milhar de pessoas que deixaram a América Central nos últimos dias em direção aos Estados Unidos.

A caravana entrou no estado mexicano de Chiapas antes do amanhecer, sem precisar das pulseiras que as autoridades migratórias pediram aos migrantes do dia anterior para usar até que fossem registados.

“O caminho estava livre. Não nos deram quaisquer pulseiras, apenas nos deixaram passar para o México”, afirma à agência Reuters Marco Antonio Cortez, um padeiro de 37 anos das Honduras, que viaja com a sua mulher e os seus filhos de dois e nove anos.

Num posto de controlo da migração, um responsável que pediu para não ser identificado, confirmou que pelo menos mil pessoas atravessaram a fronteira entre a Guatemala e o México por volta das 5h00, sem precisar de pulseiras.

O grupo continuou depois o seu trajeto a pé por uma autoestrada, ao lado dos carros que passavam e acompanhado pela polícia federal.

Estes grupos de migrantes, oriundos das Honduras e de El Salvador, deixaram o seu país no início da semana e constituem a mais recente vaga de pessoas que fogem da pobreza e da violência.

“Saímos do nosso país, porque já não aguentamos a fome”, afirma Yallia Figueroa, migrante das Honduras.

No campo político, estas caravanas de migrantes vêm inflamar o debate em torno da política migratória da administração Trump, que insiste na construção de um muro na fronteira sul com o México, o que está a provocar, nos Estados Unidos, o maior “shutdown” de que há memória.

Por seu lado, Andres Manuel Lopez Obrador, Presidente do México, tem optado por uma abordagem humanitária ao problema da migração. Compromete-se a controlar a vaga de pessoas com mais emprego e pede a Trump, em retorno, que os Estados Unidos ajudem o país a desenvolver a sua economia.