Os salários não acompanharam a inflação no primeiro trimestre de 2022, com números do Instituto Nacional de Estatística a mostrarem que, em termos reais, a remuneração média em Portugal caiu 2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Números do INE indicam que, apesar do salário bruto total por trabalhador ter subido 2,2% até março deste ano, para 1.258 euros, e a remuneração base ter aumentado 1,6%, atingindo os 1.058 euros, face à inflação e à subida do Índice de Preços do Consumidor (IPC), a remuneração bruta total média diminuiu 2,0% e a remuneração base diminuiu 2,5%.
Para chegar a esta conclusão, o INE considera a inflação de 4,3% registada até março, com a tendência a agravar-se nos meses seguintes: o instituto revelou que a variação homóloga do IPC em abril passou a ser de 7,2%, a mais elevada desde março de 1993.
Estes resultados têm especial impacto nos 4,3 milhões de postos de trabalho correspondentes a beneficiários da Segurança Social e subscritores da Caixa Geral de Aposentações.
Em relação a março do ano passado, indica o INE, a remuneração bruta regular mensal média por trabalhador aumentou 1,7%, passando de 1.108 euros para 1. 127 euros.
O instituto registou ainda em março os maiores aumentos da remuneração total nas atividades imobiliárias (6,4%), nas empresas de um a quatro trabalhadores (6,2%), no setor privado (3%) e nas empresas de serviços de alta tecnologia com forte intensidade de conhecimento (5,5%).
Em contrapartida, o INE verifica descidas da remuneração total nas atividades de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio (-16,3%), nas empresas de 500 ou mais trabalhadores (-0,6%) e nas empresas de alta tecnologia industrial (-0,5%).