As autoridades sanitárias da China reafirmaram este domingo que a alta incidência de doenças respiratórias nas últimas semanas deve-se a agentes patogénicos conhecidos, segundo os dados recentes de monitorização de casos.
A Comissão Nacional de Saúde do país afirmou que, até agora, não detetou nenhuma infeção causada por novos vírus ou bactérias e assegurou que está em comunicação direta com a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a situação.
A OMS solicitou à China, em novembro, informações pormenorizadas sobre o recente aumento de casos de doenças respiratórias e de surtos de pneumonia infantil, tendo a China explicado que o surto deve-se a "agentes patogénicos conhecidos", como a gripe sazonal, bem como o rinovírus, o 'mycoplasma pneumoniae', o vírus sincicial respiratório e o adenovírus.
O porta-voz da Comissão, Mi Feng, referiu que as autoridades estão a acompanhar e a avaliar ativamente os surtos e que já estão em vigor medidas para otimizar os recursos de saúde, melhorar os processos de tratamento e reforçar o papel da medicina tradicional chinesa na luta contra estas doenças.
Mi Feng reafirmou também o reforço das unidades pediátricas em todos os níveis de cuidados de saúde, incluindo nomeadamente o alargamento do horário de funcionamento, o aumento das camas hospitalares e a simplificação dos processos de registo e de consulta.
O porta-voz da Comissão sublinhou que os fornecimentos médicos estão "garantidos", assim como as vacinas contra a gripe e outros vírus sazonais, com o intuito de imunizar precocemente os grupos vulneráveis, como os idosos e as crianças.
O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China comunicou esta semana que "não há necessidade de ficar alarmado com o aumento das doenças respiratórias, que são comuns nesta altura do ano".
"A China encontra-se atualmente num período de elevada incidência de doenças respiratórias, com uma coexistência ou alternância de vários agentes infecciosos", frisou a instituição, referindo que a gripe e a infeção pela bactéria 'mycoplasma pneumoniae' estão "numa fase de elevada transmissão".
O Centro emitiu várias recomendações para "locais fechados com má circulação de ar", como escolas ou infantários, que registam "uma elevada incidência de doenças respiratórias".
Muitas autoridades sanitárias locais aconselharam os pais a levarem os seus filhos às clínicas locais numa fase inicial da doença, uma vez que estas podem aliviar a pressão sobre os grandes hospitais.
Por enquanto, as autoridades não divulgaram números sobre as infeções a nível nacional, embora centros como o primeiro Hospital Afiliado da Universidade de Medicina Chinesa de Henan (central) tenham registado 2.000 visitas diárias ao seu departamento pediátrico, 70% das quais relacionadas com infeções respiratórias, de acordo com um representante do hospital citado pelo jornal local Global Times.
Por outro lado, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, garantiu que "não há razão para preocupação" com o crescente surto de infeções respiratórias, salientando que "viajar e fazer negócios na China é seguro".