A OCDE quer que Portugal aumente o investimento e remunerações no Serviço Nacional de Saúde (SNS), recomendando orçamentos plurianuais e que a aposta na rede de prestadores de cuidados primários seja uma prioridade crescente.
Num relatório sobre o desempenho económico de Portugal perante os atuais desafios globais e domésticos, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) critica o atual estado do setor da saúde e emite recomendações.
"Os gastos de investimento e remuneração no setor de saúde terão de aumentar. Os tempos de espera são longos, com seguros privados complementares dando às famílias maiores rendimentos melhor acesso a provedores privados", pode ler-se.
A organização com sede em Paris considera que "o anterior subinvestimento em edifícios e equipamentos está a ser lentamente corrigido", mas alerta que "levará tempo para ser totalmente superado".
"Longas horas de trabalho e baixos salários no setor público tornaram cada vez mais difícil atrair e reter pessoal médico", sentencia. .
Para a OCDE, é necessário "produzir orçamentos plurianuais para o SNS, equilibrando as prioridades de saúde de médio prazo com o espaço orçamental disponível".
Entre as recomendações estão ainda a necessidade o país ter cuidados integrados entre hospitais e a rede de cuidados primários, considerando essencial que esta se torne uma "prioridade crescente".
O relatório recomenda ainda que deve ser assegurado que todos os pacientes têm um médico de família.
No relatório sobre o desempenho económico de Portugal, a OCDE recomenda uma melhoria da política macroeconómica e orçamental do país, o fortalecimento do emprego e produtividade, do sistema de saúde e da transição para uma economia verde.