O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, diz que o negócio da venda da Efacec está aquém do esperado tendo em conta as expetativas iniciais.
Em declarações aos jornalistas no antigo Museu dos Coches, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu que a venda pode ser boa tendo em conta a conjuntura internacional, realçando que este não foi o desfecho desejado.
“É bom para o ponto a que a situação chegou, devido à conjuntura internacional e ao tempo decorrido. Admito que o senhor ministro ache que é bom”, começou por referir o Presidente da República.
“Agora, é bom em termos daquilo que nós sonhávamos e desejaríamos para a Efacec num contexto diferente? Eu acho que está aquém daquilo que nós ao longo do tempo sonhámos, pensámos e admitimos que fosse possível para a Efacec”, sublinhou o chefe de Estado.
Interrogado sobre a transparência deste negócio, o Presidente da República defendeu que em todos os processos de venda pelo Estado "é muito, muito importante" que, "dentro do possível, se faça o que é necessário para tornar transparente para os portugueses o que se está a passar".
A Iniciativa Liberal (IL) avançou esta quinta-feira com um pedido de comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da Efacec, na sequência do negócio da venda da empresa a um fundo alemão.
A IL decide avançar com o inquérito após o Governo anunciar a venda da Efacec à Mutares. O Estado vai injetar mais 160 milhões de euros na empresa, além dos 200 milhões de euros já gastos, 10 milhões de euros por cada mês, desde abril de 2022.
Perante as críticas da oposição à venda da Efacec, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse esta quinta-feira, no final do Conselho de Ministros, que "todas as decisões são escrutináveis".
A ministra da Presidência considera que a venda da Efacec a um fundo alemão foi a melhor decisão.
Mariana Vieira da Silva admite, no entanto, que o Governo pode ser sempre escrutinado pelas decisões que toma.