O Ex vice-presidente do Banco Central Europeu deixou esta tarde fortes críticas às atuais regras orçamentais impostas por Bruxelas.
Em causa está o limite de 60% do PIB para a dívida pública e 3% para o défice orçamental. Com a pandemia estas regras estão para já suspensas, mas deverão regressar em 2023.
Segundo Vítor Constâncio, estes números estão ultrapassados e devem ser revistos.
“As regras orçamentais que temos não estão adequadas aos desafios atuais. Já não faziam sentido antes e muito menos agora. E o critério da dívida não faz sentido económico nenhum”, afirmou.
São declarações na Cimeira da Recuperação, esta tarde em Lisboa, onde Paul De Grauwe, vice-presidente do Conselho das Finanças Públicas, também criticou as regras orçamentais. O economista diz que “não têm base científica”, por isso os “objetivos numéricos falharam”.
Contudo, acrescentou, qualquer alteração deve manter ou subir o investimento público.
Estas declarações foram feitas na cimeira que marcou o encerramento da Presidência portuguesa da União Europeia, esta quarta-feira, em Lisboa.