O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o anterior chefe de Estado, Cavaco Silva, e o ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso vão participar na sexta-feira na cerimónia fúnebre de homenagem ao político francês Jacques Delors, em Paris.
De acordo com uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, a convite do Presidente francês, Emmanuel Macron, Marcelo Rebelo de Sousa vai representar Portugal "na cerimónia fúnebre de homenagem a Jacques Delors, que foi presidente da Comissão Europeia de 1985 a 1995, incluindo o momento da adesão de Portugal às então Comunidades Europeias".
"Igualmente convidados pelo Presidente francês, viajarão com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa o anterior Presidente da República, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva, que foi primeiro-ministro durante todo o período dos mandatos de Jacques Delors à frente da Comissão Europeia, e o Dr. José Manuel Durão Barroso que, tal como este, também presidiu à Comissão durante dez anos", refere a mesma nota.
O antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, que morreu em 27 de dezembro aos 98 anos, vai ser homenageado na sexta-feira, em Paris, numa cerimónia presidida pelo Presidente francês, Emmanuel Macron. .
A cerimónia decorrerá às 11:00 locais (10:00 de Lisboa) no Palácio dos Inválidos (Hôtel des Invalides, um dos monumentos mais prestigiados de Paris), segundo informou a Presidência francesa.
Esta tarde, momentos antes da divulgação da nota da Presidência da República, o parlamento aprovou, por unanimidade, a deslocação do Presidente da República a Paris, hoje e na sexta-feira, para assistir à cerimónia de homenagem.
O assentimento da Assembleia da República às deslocações do chefe de Estado é uma formalidade imposta pela Constituição, que estabelece que o Presidente da República não pode ausentar-se do território nacional sem autorização do parlamento.
Figura da construção do projeto europeu e considerado o "pai do euro", Jacques Delors foi presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995, durante três mandatos, incluindo na adesão de Portugal à União Europeia (1986).
Em 1986, aprovou o Ato Único Europeu, o qual levou à criação do Mercado Único Europeu, em 1993.
A assinatura dos acordos de Schengen, o lançamento do programa de intercâmbio de estudantes Erasmus, a reforma da Política Agrícola Comum e o lançamento da União Económica e Monetária que conduziu à criação do euro são outros dos momentos do projeto europeu que estão associados a Delors.
Enquanto membro do Partido Socialista francês, em 1974, e do seu comité diretor, em 1979, foi eleito parlamentar europeu em 1979 e presidiu à Comissão Económica e Monetária até maio de 1981.
De maio de 1981 a julho de 1984, Jacques Delors foi ministro da Economia e das Finanças e foi também eleito presidente da Câmara de Clichy, de 1983 a 1984.