O presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, Davide Amado, afirma que a situação do consumo de drogas na zona da Avenida de Ceuta, em Lisboa, junto à zona do antigo Casal Ventoso, está a atingir proporções que não têm paralelo nos últimos anos. É visível para todos que ali passam a qualquer hora do dia.
“Nunca vi uma situação como vejo agora, nunca vi”, garante à Renascença o autarca socialista.
Davide Amado descreve que por toda a Avenida de Ceuta, “há dezenas de pessoas a consumirem a céu aberto”. É uma situação diária, que acontece a “qualquer hora”.
“Está à vista de todos que isto está pior”, relata o presidente que está a frente da junta desde 2013.
O mesmo considera que este é um “problema grave”. “Andamos há cerca de um ano alertar as várias entidades públicas e não públicas que tratam desta matéria porque parece nos que tem que haver aqui uma ação efetiva e coordenada de várias entidades para amenizar a situação”, refere.
O presidente da Junta de Freguesia de Alcântara considera que após a pandemia se verificou “um aumento” do consumo de drogas naquela zona da cidade. “São situações questionáveis em termos de saúde para aquelas pessoas”, afirma.
Davide Amado diz que já pediu mais postos móveis à Câmara Municipal de Lisboa para que o consumo não seja na via pública, mas que ainda não recebeu respostas. “Falta efetivar as respostas”, responde.
O autarca quer mais salas de consumo fixas, para que “haja mais resposta para quem precisa”. E pede ainda a aquisição de salas de consumo móveis para haver uma maior assistência.
“Cada carrinha móvel, com custo e manutenção, vale um milhão de euros. Não me parece um valor incomportável”, remata.
Este sábado, o presidente da Comunidade Vida e Paz, diácono Horácio Félix, já tinha alertado para o facto de se estarem a surgir em Lisboa "pequenos Casais Ventosos”.
"Estão a surgir em Lisboa, novamente, pequenos Casais Ventosos", alerta Horácio Félix, acrescentando que "o consumo de drogas está a crescer de forma assustadora”.
“Basta estar atento às notícias para percebermos que as apreensões de droga este ano atingiram números recorde no nosso país”, remata.