“Afinal o que é que não funciona?” perguntou o secretário-geral do PS ao representante da IL. Em casa, todos os portugueses responderam: não funciona o SNS, a escola, os Tribunais, o mercado de habitação. Agora também as polícias e a ordem pública.
A informalidade no tratamento entre jornalistas e políticos teve um momento eloquente na RTP3, no debate entre Inês Sousa Real e André Ventura. O tratamento “André” e “Inês” reflete uma proximidade que não vai a crédito do moderador, baralha os espectadores e, como sabemos, não se aplica aos outros concorrentes. Se assim fosse, poderíamos dizer que o Luís Filipe (Montenegro) e a Mariana estiveram bem; o Paulo Alexandre (Raimundo), igual a si próprio; O Rui Miguel (Tavares) taco-a-taco com o Rui Nuno (Rocha). Esta moda não tem remédio?
O modelo adotado pelas televisões parece não ser o melhor, designadamente nos canais de notícias. Entre os ataques cruzados dos contendores e a tentação dos moderadores entrarem também no debate, sobra pouco tempo para a discussão, serena e esclarecedora, das propostas em presença. Falta tempo aos concorrentes para o que sobra aos comentadores.
Nos Açores, as sondagens voltaram a falhar na previsão dos resultados eleitorais, apesar de os Açores ser um território onde a tarefa se reveste de maiores dificuldades, dada a dispersão pelas diferentes ilhas.
As polícias – PSP e GNR – não desarmam: baixas de curta duração, indisposições, que já cancelaram um jogo da 1ª Liga (Famalicão/Sporting), e ameaçam a fronteira do aeroporto; entrega de armas por chumbo nos exercícios de tiro. Dissolução do grupo do Corpo de Intervenção da PSP, que meteu baixa antes do jogo da Luz. Um representante sindical colocou, na televisão, a hipótese de as eleições legislativas estarem em risco. O MAI chamou os comandantes das duas forças e a coisa não correu bem. Pelo contrário. Soube-se agora que os espiões e a Polícia Municipal também viram as suas remunerações reajustadas com um suplemento semelhante ao da PJ. É mais uma acha para a fogueira do descontentamento das polícias. A reação dos comandos parece vir a ser decisiva: tolerância zero para ações que ponham em causa a ordem pública. Mas então, isso já não se verificou?
Ainda esta quinta-feira, grupos de agricultores bloquearam o acesso à A4 e ao IP2, em Macedo de Cavaleiros. Depois dos milhões vertidos sobre o problema, a coisa parecia amainar, mas pelo visto, os agricultores não arredam pé das estradas e das fronteiras. Que força é esta que tem levantado os agricultores de norte a sul? As imposições da PAC e o esmagamento dos preços pagos pela grande distribuição, parecem estar a atirar os agricultores para um beco sem saída. O Bispo do Porto, D. Manuel Linda, descreveu a situação de forma lapidar: “ser agricultor é uma forma de empobrecer tristemente”.
Fernando Madureira e Hugo Carneiro ficam em prisão preventiva, Vítor Catão em casa com pulseira eletrónica. Os Media têm seguido de perto o desenrolar deste caso, tendo alguns deles questionado já várias vezes a duração excessiva da detenção antes de os acusados serem ouvidos por um juiz. Na apresentação da sua candidatura, Pinto da Costa disse: “Fernando Madureira é e voltará a ser o chefe da claque do FCPorto”. Os amigos são para as ocasiões. O Porto Canal também foi amigo. Cobriu em direto o evento de Pinto da Costa, o que não fez com Villas-Boas. Assim como com a operação Pretoriano. Para o Porto Canal, a ação da PSP praticamente não existiu.
Marco Galinha, entrevistado pelo Público, no início da semana, revelou o que deveria ter ficado no território da confidência: Marcelo Rebelo de Sousa entusiasmou-o a comprar a Global Media. E ele apaixonou-se pelos jornalistas – pessoas maravilhosas – e pelo DN. De tal maneira que está disponível para perder com o jornal entre meio milhão e 700 mil euros por ano. Só não disse durante quanto tempo. Os mistérios na Global Media são tantos que voltaremos ao tema na próxima semana.
No suplemento ao programa, um dos grandes enigmas é o resultado da sondagem do Público desta quinta-feira: os portugueses acham que Montenegro é mais competente, honesto, confiável, defende melhor os interesses do Estado do que Pedro Nuno Santos, mas consideram que o secretário-geral socialista está mais bem preparado para ser primeiro-ministro, embora pela margem mínima. Reside aqui muito do encanto das pessoas: são seres imprevisíveis e razoavelmente contraditórios.