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O presidente do Governo Regional da Madeira defendeu esta quinta-feira que a Direção-Geral de Saúde (DGS) deve deixar de divulgar os números da covid-19 relativos às regiões autónomas, considerando que a discrepância dos dados "tira credibilidade" aos organismos.
"Os números [dos casos de covid-19] dados pela DGS não correspondem aqueles que são dados na Madeira", disse Miguel Albuquerque, à margem da visita que efetuou ao projeto-piloto "Nómadas Digitais", na Ponta do Sol, classificando a diferença nos números de casos divulgados como "surreal".
Segundo Miguel Albuquerque, a Madeira, através do secretário da Saúde, "já sugeriu" à ministra da Saúde que os "números da Madeira e dos Açores -- porque também acontece com os Açores - deixassem de ser dados pela DGS nacional".
"Não tem nenhum sentido porque tira credibilidade à própria instituição e aos próprios organismos de saúde", afirmou o responsável social-democrata insular.
"Eu não consigo perceber - se calhar sou pouco inteligente -- como chegam àqueles números", acrescentou.
A situação, continuou, "afeta a imagem da Madeira", porque transmite a ideia de que "está tudo de pernas para o ar" na região.
"E, depois, afeta também a imagem da DGS", reforçou, exemplificando que a região divulga "boletins com 40 casos" e autoridade de saúde nacional põe 700.
"Portanto, ou é um problema de matemática ou de falta de compreensão da minha parte", ironizou, insistindo que "ninguém consegue perceber como eles [DGS) chegam àqueles números".
Para o presidente do Governo da Madeira, "o melhor é não porem os números e fica resolvido".
A Direção Regional de Saúde da Madeira (DRS) já contrariou algumas vezes os números dos casos de covid-19 do arquipélago divulgados pela DGS.
No comunicado divulgado em 2 de março, a autoridade de saúde regional referiu que os números difundidos pela DGS não estavam "de acordo com a contagem diária feita na Região Autónoma da Madeira".
No relatório desse dia, a DGS indicou que a Madeira tinha registado 140 novos casos e que a região autónoma contabilizava um total acumulado de 6.614 infeções e 61 mortes devido à covid-19.
No seu comunicado, a autoridade regional sublinhou que os números "fidedignos" são os reportados diariamente pela DRS "de forma clara, segura e transparente".
Os casos divulgados pela DRS, lia-se no documento, "são referentes aos cidadãos residentes, com residência fiscal, na Madeira e turistas com diagnóstico de covid-19 identificados na região".