Agostinho Abade, antigo presidente do Conselho Fiscal do Sporting, avalia as contas do Sporting, com um parecer positivo, e considera, em entrevista a Bola Branca, que os dirigentes "estão a planificar muito bem a época".
A SAD do Sporting apresentou um lucro de 8,5 milhões de euros no terceiro trimestre da época e Agostinho Abade destaca o trabalho realizado por Francisco Salgado Zenha, reponsável pelas finanças da sociedade, como fundamental na obtenção de tal resultado.
"O Sporting vai começar e época com a equipa, praticamente, definida. Não quer dizer que, depois, não possa existir uma venda, mas percebe-se que a SAD sabe o que quer. A equipa foi de férias e vai regressar intacta. Os responsáveis estão a planificar muito bem a época e isso é fruto de uma política desportiva muito sólida, bem delineada e onde destaco o Francisco Salgado Zenha, que tem sabido conter a ânsia de gastar mais", refere o antigo dirigente.
Números vão melhorar
Agostinho Abade explica que "os resultados positivos derivam de uma política de sustentabilidade financeira" e prevê uma consolidação destes números, quando forem contabilizados os valores da venda de Nuno Mendes e de "outras possíveis transferências".
O passivo da SAD aumento de 298 para 302 milhões de euros, mas o antigo presidente do Conselho Fiscal do Sporting não fica surpreendido e considera que se trata de uma situação "momentânea", em resultado de algumas contratações "já refletidas nestes números, como a de Marcus Edwards.
A entrada direta na fase de grupos na Liga dos Campeões garante automaticamente um encaixe financeiro que sustenta o clube a nível económico na próxima época. Mas, mesmo com essa verba assegurada, a SAD pretende conter as despesas com salários, algo com que Agostinho Abade também concorda.
Apelo para a moralização do futebol em Portugal
O antigo dirigente aproveita, ainda, para deixar um apelo às entidades competentes para moralizarem o futebol português.
"Há quem tenha medo em falar disso, mas os casos que tivemos no campeonato, o ambiente em certos estádios, o clima de guerrilha e medo são maus e acabam por coagir os árbitros, delegados da Liga, etc... A verdade desportiva acaba por ser afetada e, por isso, quero deixar um apelo ao governo, Liga, Federação e Associações para que façam algo no sentido de moralizar o futebol português", conclui.