É português o homem que foi baleado acidentalmente pela polícia francesa, na sequência do ataque ocorrido num parque infantil, em Annecy, França, na manhã de quinta-feira. A informação foi avançada pela justiça francesa.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros "lamenta o incidente" e manifesta "toda a solidariedade às crianças e adultos feridos, bem como às suas famílias". Quatro crianças, a rondar os três anos de idade, e dois adultos ficaram feridos no incidente com faca.
A nota acrescenta que, "no decurso do trágico acontecimento, um cidadão português, ao tentar impedir o atacante de fugir da polícia, ficou gravemente ferido, estando neste momento já fora de perigo".
A diplomacia portuguesa expressa ainda "uma palavra de profundo agradecimento" pelo que considera ser um "ato de coragem e bravura" e acrescenta que está a acompanhar a situação, junto das autoridades locais e do hospital, e assegura que está a ser "prestado todo o apoio necessário a este cidadão".
Ao início da tarde, em declarações aos jornalistas, o presidente francês Emmanuel Macron revelou que "são positivas" as informações sobre o estado de saúde das crianças.
Uma das crianças tem 22 meses e tem nacionalidade holandesa e outra é de nacionalidade britânica, de três anos.
A procuradora local, Line Bonnet-Mathis, revelou que "ainda está por determinar" o motivo do agressor, mas "neste momento não há elementos que permitam dizer que houve motivações terroristas, portanto a investigação é, para já, sobre tentativa de assassinato".
“Macron foi visitá-lo ao hospital porque sabe o que deve aos portugueses"
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, confirma que se encontra “estável” o português ferido a perseguir o autor de um ataque que feriu seis pessoas num parque infantil em Annecy, em França.
“Porque se quis interpor entre o atacante e uma vítima acabou por ser atingido pelo atacante e pela polícia. Está estável, felizmente”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas, esta sexta-feira, no Peso da Régua.
“A maior comunidade portuguesa no estrangeiro é em França e quando há problemas que expõem os que estão na rua a trabalhar, como os portugueses, são muitas vezes apanhados no meio. E era uma pessoa de 70 e tal anos”, sublinha o Presidente da República.
O emigrante português tem cerca de 70 anos e encontra-se hospitalizado. Recebeu esta sexta-feira a visita do Presidente francês, Emmanuel Macron.
“Macron foi visitá-lo ao hospital porque sabe o que deve aos portugueses em França e deve há muito tempo, porque nós fomos bater-nos pela França na I Guerra Mundial e só na batalha de La Lys foram milhares de portugueses que foram massacrados. Os franceses sabem que uma parte da sua independência cabe a Portugal”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
[notícia atualizada às 16h40]