Mudar de estratégia e incluir a Covid-19 no grupo das outras doenças respiratórias é a recomendação do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), um organismo da União Europeia que tem como missão identificar as ameaças para a saúde humana decorrentes de doenças como a gripe aviária, a SARS, a SIDA e a Covid-19.
“O ECDC emitiu a orientação de vigilância da Covid-19 – Transição da vigilância de emergência para a vigilância de rotina de patógenos respiratórios em 18 de outubro de 2021, na qual incentiva os países a fazer a transição da vigilância de emergência para sistemas de vigilância mais sustentáveis e orientados por objetivos”, afirma o organismo à Renascença.
“Essa vigilância deve integrar a vigilância da Covid-19 com a vigilância da gripe e outros patógenos respiratórios”, acrescenta, sublinhando que “os atuais sistemas de vigilância da gripe não são suficientemente sensíveis e representativos para permitir a vigilância conjunta da Covid-19”.
Os países devem, portanto, “considerar expandir a cobertura de provedores sentinela para melhorar a sensibilidade e a recolha de amostras suficientes para caracterização adicional”, refere o ECDC na orientação emitida.
Se a recomendação for adotada por
Portugal, poderá significar o fim dos
boletins de situação diários da
Direção-Geral da Saúde (DGS) para passar a haver uma atualização semanal.
Diz o organismo europeu que muitos Estados-membro da União Europeia já têm “sistemas abrangentes de vigilância para Covid-19”, mas com políticas divergentes, o que afeta “a comparabilidade dos dados ao nível da UE/EEE”.
É nesse sentido que surge a orientação de outubro, que lança pontos-chave para a homogeneização de critérios.
Apenas casos sintomáticos
Entre os critérios consta a importância de relatar apenas os doentes com sintomas da doença, “pois isso melhorará a comparabilidade”.
No caso de não ser possível fazer um teste abrangente a todos os que apresentam sintomas, deve ser considerado “um subconjunto representativo de casos sintomáticos” a ser testado, “preferencialmente por PCR”.
Desse subgrupo devem ser recolhidas as amostras positivas para SARS-CoV-2 para se fazer a sequenciação genómica.
O ECDC aconselha ainda à monitorização da eficácia da vacina através de “estudos ‘ad hoc’, possivelmente incorporados nos sistemas de vigilância”.