StayAway Covid desinstalada por 1,8 milhões de portugueses desde setembro
15-01-2021 - 10:54

Os médicos não sabem funcionar com a aplicação nem dão importância, queixa-se o criador da aplicação que desde que foi anunciado só foi usado para gerar perto de 2.700 códigos.

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Desde setembro, quase um 1.8 milhões de portugueses já desinstalaram a aplicação StayAway Covid.

Nos últimos cinco meses, a aplicação que permite rastrear contactos das pessoas com o novo coronavírus, só foi usada para enviar cerca de 2.700 alertas de contágio.

Ouvido pela Renascença, o presidente do Inesc Tec, o instituto de engenharia que criou a aplicação, explica que não há códigos porque os médicos não sabem como a aplicação funciona.

José Manuel Mendonça diz ainda que o país está a perder uma oportunidade de evitar mais contágios.

“Há centenas de milhares de pessoas que usam a aplicação, que são diagnosticadas positivamente e às quais depois não são entregues os códigos para introduzir na app e para avisar os contactos de risco que, entretanto, tiveram.”

Questionado sobre a responsabilidade por esta situação, José Manuel Mendonça aponta o dedo aos serviços de saúde.

“Essa responsabilidade é do sistema de saúde, dos médicos. Os médicos desconhecem, não dão importância e nesta altura mais do que nunca podia fazer a diferença, e se tivesse sido sempre utilizada poderia ter ajudado a minimizar o problema que temos agora”, afirma.

Perante as dificuldades manifestadas pelos médicos em utilizar a aplicação StayAway Covid o Inesc Tec já fez um pedido à Comissão Nacional de Proteção de Dados para que o processo seja facilitado, mas ainda aguarda luz verde.