É notícia a grande afluência às urgências por causa das infeções respiratórias, sobretudo a Gripe A, o que de alguma forma surpreende. Qual é a explicação para o aumento de casos de gripe A?
Podemos dizer que é um regresso ao passado, um regresso ao período pré-pandemia. Porquê? Porque antes da Covid a Gripe A já era predominante nas épocas de gripe.
Este ano a predominância pertence ao vírus A(H1N1), nos anteriores era o vírus da Gripe A da estirpe H3N2. O que está a acontecer e que se em anos anteriores a severidade era moderada, este ano a atividade gripal é elevada e mais severa.
E por que razão se manifesta com mais severidade?
De acordo com os especialistas, a perda de imunidade no tempo da Covid pode ser uma explicação.
Outra possibilidade é uma eventual alteração genética do vírus o que motiva doença mais grave ou torna-se mais transmissível.
E qual é a situação atual em Portugal? Todos os casos são gripe A?
Nem todos, mas são a grande maioria. De acordo com dados do Instituto Ricardo Jorge, revelados na passada semana, 91,4% dos casos positivos para o vírus da gripe eram do tipo A. Dos 960 casos confirmados na passada semana, 877 eram do tipo A, mas só 106 era da estirpe da Gripe A que provocou uma pandemia em 2009. Uma pandemia que, recorde-se, não teve o impacto da Covid.
Quais são os sintomas?
São semelhantes aos da gripe comum: febre, tosse, nariz entupido, dor de garganta. No entanto, em alguns casos mais severos podem ocorrer dores corporais ou musculares, dor de cabeça, arrepios, fadiga, vómitos ou diarreia.
E como se confirma que é Gripe A?
A única forma de perceber se alguém foi infetado com o vírus da gripe A é a realização de análises laboratoriais.
Há alguma vacina específica para a gripe A?
Podemos dizer que sim porque a vacina contra a gripe que está a ser distribuída este ano contempla a maioria dos tipos e estirpes de vírus da gripe que estão em circulação.