O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel Clemente, disse que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2022, em Lisboa, será um evento nunca visto em Portugal, com custos superiores a 50 milhões de euros.
“É uma realidade como nunca tivemos em Portugal, na Igreja e na sociedade, e é bom que todos tenha consciência disso, como as próprias autoridades têm, do Estado e das autarquias”, referiu o também cardeal-patriarca de Lisboa, na conferência de imprensa conclusiva da assembleia plenária da CEP, que decorreu desde segunda-feira, em Fátima.
D. Manuel Clemente destacou que a primeira edição internacional de uma JMJ em território português representa um grande “esforço logístico” que vai desafiar as autoridades religiosas e civis.
“Isto não é só um acontecimento religioso, é um acontecimento social como nunca houve”, insistiu, apontando a uma participação na ordem de um a dois milhões de jovens.
A organização conta com uma fundação própria, para angariar e administrar “escrupulosamente” fundos para a organização da JMJ.
“Os números que nos chegam de outros sítios que organizaram jornadas é tudo para cima de 50 milhões, que em boa parte, esperemos que até em muito boa parte, serão depois reembolsados, digamos, pelas inscrições”, indicou o presidente da CEP, quando questionado sobre os custos da iniciativa.
A candidatura portuguesa precisava da concordância das autoridades portuguesas, em particular das autarquias de Lisboa e Loures.
D. Manuel Clemente espera que o impacto de “reabilitação” na zona do Parque Tejo seja equivalente ao da ‘Expo 98’, precisando que apoio estatal terá a ver, sobretudo, com as operações logísticas.
No Domingo de Ramos de 2020, vão ser entregues os Símbolos das Jornadas (Cruz e Ícone) pelo Santo Padre a uma representação portuguesa com 200 a 300 pessoas de todas as dioceses.
“É em Lisboa, mas é para Portugal inteiro”, indicou o cardeal-patriarca.
A Assembleia da CEP acertou ainda o calendário da Peregrinação dos Símbolos pelas dioceses e as catequeses do itinerário de preparação, como o ‘Say Yes’ para adolescentes.
D. Manuel Clemente, que preside ao Comité Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude 2022, admitiu que esta peregrinação se possa estender a dioceses espanholas e, eventualmente, dos PALOP.
A cruz de madeira e um ícone de Nossa Senhora têm percorrido os cinco continentes, numa iniciativa que nasceu por vontade de São João Paulo II.
A JMJ 2022 tem dois coordenadores-gerais: D. Joaquim Mendes, para a área pastoral, e D. Américo Aguiar, para o setor logístico-operativo.
As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível local (diocesano) no Domingo de Ramos, alternando com um encontro internacional a cada dois ou três anos, numa grande cidade.
As edições internacionais destas jornadas promovidas pela Igreja Católica são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.