O presidente da Associação Frente Cívica, Paulo Morais, considera que a não publicação em Diário da República da nomeação de Laura Abreu Cravo - mulher de João Galamba - como coordenadora do Departamento de Serviços Financeiros no ano passado, coloca duas questões.
“Por que razão a mulher de João Galamba vai para o Governo e por que razão a promovem de forma encapotada?”, específica.
Nestas declarações à Renascença, Paulo Morais diz que “é evidente que isto é mais um episódio desta tomada de poder que os partidos em Portugal fazem do aparelho de Estado - que devia estar ao serviço da comunidade e do povo - como se fosse deles”.
Depois de questionar até as especificidades técnicas da mulher de Galamba, para ocupar o cargo, o presidente da Frente Cívica lembra ainda uma promessa feita pelo primeiro-ministro.
“António Costa tinha-nos prometido que não havia mais trapalhadas com familiares entre Governo e Parlamento, na esfera do Partido Socialista. Mas este é mais um episódio desse ‘familygate’ que, aparentemente, tinha acabado, mas que continua”, sinaliza.
Laura Abreu Cravo foi a escolhida para coordenar um departamento no Ministério das Finanças em março do ano passado, mas a sua nomeação nunca terá sido publicada em Diário da República.
A notícia que foi avançada pela TVI esta segunda-feira, refere que Laura Abreu Cravo surge em vários documentos oficiais como coordenadora do Departamento de Serviços Financeiros.
Numa explicação enviada à estação de televisão, o Ministério das Finanças diz que Laura Abreu Cravo é funcionária de origem da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Está, agora, no Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais, ao abrigo de um Acordo de Cedência de Interesse Público. Neste gabinete, exerce funções de acompanhamento e participação do processo legislativo europeu na área dos serviços financeiros, bem como de coordenação e representação em comités técnicos.