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A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) não cometeu irregularidades no âmbito do processo de vacinação contra a Covid-19, assegurou esta quarta-feira o presidente da instituição, Francisco George, lamentando a confusão com a gestão do Hospital da Cruz Vermelha.
“Não há qualquer irregularidade na Cruz Vermelha Portuguesa no que se refere ao processo de vacinação. Sublinho: não há qualquer irregularidade. As notícias que foram hoje difundidas dizem respeito ao hospital que também tem a designação Cruz Vermelha, mas que não é gerido pela Cruz Vermelha Portuguesa”, garantiu à Lusa, após esclarecer que a sociedade gestora do hospital passou em dezembro para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
De acordo com o antigo diretor-geral da Saúde, a situação está já a prejudicar a CVP numa altura em que a organização está a angariar fundos “para serem aplicados nos trabalhos de prevenção e controlo da pandemia” de Covid-19.
“Estas notícias não ajudam, não são boas”, sintetizou Francisco George sobre a associação da Cruz Vermelha à polémica causada pela demissão de Francisco Ramos da coordenação da ‘taskforce’ responsável pelo processo de vacinação.
O ex-coordenador justificou a decisão com a descoberta de irregularidades na seleção para vacinação de profissionais de saúde no hospital da Cruz Vermelha, no qual ele próprio é presidente da comissão executiva.
Numa declaração enviada às redações, Francisco Ramos acrescentou que as irregularidades diziam respeito ao processo de seleção para vacinação de profissionais de saúde daquele hospital.
O Ministério da Saúde indicou que o funcionamento da ‘taskforce’ “mantém-se assegurado pelos restantes membros do núcleo de coordenação”, composto por elementos do Ministério da Defesa Nacional, Ministério da Administração Interna, Direção-Geral da Saúde e Autoridade Nacional do Medicamento.
A demissão ocorre numa altura em que são públicas diversas situações de vacinação indevida de várias pessoas em várias regiões do país e no dia em que arranca a vacinação em centros de saúde de idosos com 80 ou mais anos e de pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas, numa fase que abrange cerca de 900 mil portugueses.