Na noite de São João, no Porto, que se celebra de 23 para 24 de junho, e cujas festas foram canceladas, não haverá transportes públicos e as ruas terão fiscalização e policiamento reforçados, anunciou a Câmara Municipal.
Em comunicado, a autarquia, liderada pelo independente Rui Moreira, referiu que os arraiais particulares e os grandes ajuntamentos devem ser evitados.
Sublinhando não ter poderes para proibir as pessoas de circularem nas ruas, nem de se juntarem em casa, o município mostra-se "preocupado", pedindo o contributo de todos.
O autarca apela a que as sardinhas, características desta festa popular, sejam comidas em família e que não se estrague, numa noite, o "admirável exemplo de civismo que os portuenses têm dado ao país".
Citado na nota, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, Carlos Nunes, lembrou que a região está com excelentes resultados em matéria de pandemia, mas que esse trabalho se esgota rapidamente se não houver cuidados.
O responsável recordou o que aconteceu em Itália, devido a um jogo de futebol que juntou milhares de adeptos que se deslocaram e espalharam o vírus, e para os riscos de uma segunda onda da doença no Norte.
Estas diretrizes saíram de uma reunião que juntou, na terça-feira, o presidente da câmara e os conselheiros que integram os Conselhos Municipais de Segurança e Economia para debater o desconfinamento na cidade.
A 4 de abril, Rui Moreira anunciou o cancelamento das festas de São João, nomeadamente concertos, promoção e festejos oficiais e fogo de artifício, dada a incerteza de propagação do vírus. No mesmo dia, também a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, o distrito do Porto, comunicou o cancelamento destas festividades.
As festas de São João são celebradas no Norte do país, de 23 para 24 de junho, sendo que no distrito do Porto, os concelhos do Porto e de Vila Nova de Gaia têm tradicionalmente dividido a organização que costuma contar com fogo-de-artifício e espetáculos de animação, entre outros entretenimentos que levam milhares de pessoas à rua.
Em Portugal, morreram 1.492 pessoas das 35.306 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.