Já se sabia que a tomada de Mossul pelas forças da coligação liderada pelos Estados Unidos faria muitas vítimas civis. Até porque os combatentes do “Estado Islâmico” (EI) usam civis como “escudos humanos”, além de outras práticas repugnantes. Como, por exemplo, colocar jovens e até crianças a treinar tiro alvejando e matando pessoas vivas.
Mas, neste caso pelo menos, não se pode desculpar as forças iraquianas e da coligação onde se integram dizendo que houve atrocidades dos dois lados. De facto, registaram-se horrores de um lado e do outro – mas não é aceitável que os inimigos do EI usem métodos que os colocam próximo do nível desumano dos terroristas.
Acontece que o governo do Iraque pediu aos residentes em Mossul para não saírem da cidade, mantendo-se em casa. E depois aviões da coligação bombardearam numerosas casas, matando milhares de pessoas que lá estavam.
A guerra é sempre terrível e, por vezes, acontecem situações trágicas. Mas deveriam ter sido tomadas precauções antes de a coligação lançar os ataques aéreos. Para a Amnistia Internacional, não foram tomadas essas precauções, violando o direito internacional humanitário.
Foi, assim, oferecida uma vitória aos terroristas do EI, ainda que estes percam militarmente no terreno.