O défice orçamental de 2020 ficou em 5,7% do produto interno bruto (PIB), ou seja, abaixo dos números previstos pelo Governo, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
"De acordo com os resultados provisórios obtidos neste exercício, em 2020 a necessidade de financiamento das Administrações Públicas (AP) atingiu 11.501,1 milhões de euros, o que correspondeu a 5,7% do PIB (capacidade de financiamento de 0,1% em 2019)", refere o INE.
Após ter registado em 2019 o primeiro excedente das contas públicas desde 1973, com um saldo positivo de 0,1% do PIB, a economia portuguesa regressa a uma situação deficitária em 2020, um ano em que o cenário económico ficou fortemente marcado pelos efeitos da pandemia.
As previsões divulgadas pela Comissão Europeia no final do ano passado apontavam para um saldo orçamental negativo de 7,3% do PIB em 2020, um valor igual ao inicialmente previsto pelo Governo português que, no entanto, já tinha vindo admitir que o resultado final poderia ficar mais próximo do previsto no orçamento suplementar de 2020, que era de 6,3% do PIB.
Mais pessimistas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) previam um défice de 8,4% e de 7,9% do PIB, respetivamente, para a economia portuguesa em 2020.
No final do terceiro trimestre de 2020 as Administrações Públicas tinham registado um défice de 4,9% do PIB, depois de este ter ficado nos 5,4% até junho.
Para este ano, o Ministério das Finanças mantém, para já, a meta de 4,3% que está no Orçamento do Estado de 2021, mas o valor deverá ser revisto em meados de abril no Programa de Estabilidade.