O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, apresenta esta sexta-feira um estudo de mobilidade rodoviária entre Lousã e Coimbra para substituir o sistema de metro projectado há 21 anos pelo Estado e pelos municípios envolvidos.
O projecto de mobilidade para o ramal ferroviário da Lousã e a área urbana de Coimbra com que o Governo se comprometeu junto das autarquias envolvidas deverá custar 89,3 milhões de euros, disse uma fonte governamental à agência Lusa.
A fonte oficial adiantou que a "versão definitiva" do estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), avalizada pelo Governo e que suscitou o acordo dos presidentes das três câmaras envolvidas no processo, escolheu um modelo de autocarro "exclusivamente eléctrico", após o LNEC ter ponderado também a propulsão a gás natural comprimido e híbrida, que foram recusadas.
A proposta de investimento no denominado "sistema metrobus", que deverá incluir uma frota de 43 autocarros eléctricos, é apresentada durante a manhã de hoje, a partir das 9h30, em três sessões nas Câmaras de Lousã, Miranda do Corvo (10h45) e Coimbra (12h00).
Ao contrário do que era recomendado pela Assembleia da República, em diferentes resoluções aprovadas em Fevereiro, o estudo rejeita a reposição do comboio no Ramal da Lousã e abandona de vez a opção pelo metro ligeiro, assumida em 1996, com a criação da empresa pública Metro Mondego.
Apesar de o LNEC manter para o novo projecto a designação "Sistema de Mobilidade do Mondego", com a sigla SMM, adoptada em 2006 pelo primeiro Governo de José Sócrates, quando Mário Lino era ministro da tutela, é agora abandonada de todo qualquer solução de transporte sobre carris.
O movimento Lousã pelo Ramal marcou uma concentração de protesto junto à Câmara Municipal, às 9h00, antes da chegada do ministro Pedro Marques, na qual deverão participar subscritores de uma petição pela reposição do serviço público ferroviário, com mais de 8.000 assinaturas, entregue pelo jornal Trevim no Parlamento, em Março de 2016.