As despesas com o regresso às aulas voltam a aumentar este ano, um agravamento de 20% face a 2022, no ensino básico. A maioria (55%) diz que não tem poupanças para a educação, segundo dados do Observador Cetelem.
Os portugueses esperam gastar, em média, 632€, o que representa um agravamento de 107€ face a 2022. No entanto, apenas 95€ se destinam à compra de material escolar essencial.
Em roupa, mobiliário, telemóveis, tablets, computadores e meios de transporte de mobilidade suave como bicicletas e trotinetes, os gastos rondam, em média, 150€.
A maioria dos encarregados de educação (96%) vai procurar limitar as despesas: 69% tenciona comprar apenas o necessário (mais 10 pontos percentuais face a 2022); 62% vai procurar mais promoções; 55% admite reutilizar material escolar; para 41% produtos mais baratos são uma opção; outros 39% estão dispostos a comprar artigos de marca branca ou (19%); 11% estão disponíveis para comprar materiais em segunda mão.
Os encarregados de educação com crianças no ensino público estão mais abertos a estas alternativas, à exceção da compra de materiais usado, mais popular no ensino privado (14%).
No ensino secundário a despesa com o regresso às aulas deverá chegar este ano, em média, aos 626 euros. Ainda assim, a maior fatura é a dos jovens universitários, no Ensino Superior a despesa média esperada é de 829 euros.
Mais dificuldades no regresso às aulas
Mais de um quinto dos inquiridos (22%) receia não conseguir financiar a educação.
Ainda segundo o estudo do Observador Cetelem, este ano apenas 36% dos encarregados de educação diz ter total capacidade para pagar o regresso às aulas, o que significa um decréscimo de 15 pontos percentuais face a 2022. Já 5% admite que precisa de apoio para financiar os estudos.
Sobre a respetiva situação financeira, cerca de 40% diz que piorou este ano, um aumento de 20 pontos em comparação com o ano passado. Outros tantos dizem que mantêm a situação que tinham no ano anterior.
Os encarregados de educação com crianças no ensino público acreditam que estão financeiramente “pior” (32%) e “muito pior” (8%) de forma ligeiramente mais expressiva face ao ensino privado (28% e 6%, respetivamente).
Mais de metade sem poupanças para educação
A maioria (55%) dos encarregados de educação admite que não tem uma poupança para a educação (+16pp. face a 2022). Destes, 33% tencionam constituir uma poupança no futuro.
Outros 17% afirmam já ter uma poupança mas não vão gastá-la neste regresso às aulas, enquanto 28% terão de recorrer a este aforro.
É maior no ensino privado (33%) o número de encarregados de educação que vão recorrer às poupanças no regresso às aulas, face aos encarregados no público na mesma situação (27%).
Por outro lado, os encarregados de educação que não têm uma poupança, mas pretendem vir a constitui-la, é mais elevado no ensino público (34%) face ao privado (27%).