Regresso às aulas. Portugueses contam gastar mais 100 euros este ano
30-08-2023 - 15:14
 • Sandra Afonso

Este ano os encarregados de educação deverão gastar, em média, 632 euros no início das aulas, mas menos de 100 euros serão para material escolar essencial. No Ensino Superior, a conta sobe para 829 euros.

As despesas com o regresso às aulas voltam a aumentar este ano, um agravamento de 20% face a 2022, no ensino básico. A maioria (55%) diz que não tem poupanças para a educação, segundo dados do Observador Cetelem.

Os portugueses esperam gastar, em média, 632€, o que representa um agravamento de 107€ face a 2022. No entanto, apenas 95€ se destinam à compra de material escolar essencial.

Em roupa, mobiliário, telemóveis, tablets, computadores e meios de transporte de mobilidade suave como bicicletas e trotinetes, os gastos rondam, em média, 150€.

A maioria dos encarregados de educação (96%) vai procurar limitar as despesas: 69% tenciona comprar apenas o necessário (mais 10 pontos percentuais face a 2022); 62% vai procurar mais promoções; 55% admite reutilizar material escolar; para 41% produtos mais baratos são uma opção; outros 39% estão dispostos a comprar artigos de marca branca ou (19%); 11% estão disponíveis para comprar materiais em segunda mão.

Os encarregados de educação com crianças no ensino público estão mais abertos a estas alternativas, à exceção da compra de materiais usado, mais popular no ensino privado (14%).

No ensino secundário a despesa com o regresso às aulas deverá chegar este ano, em média, aos 626 euros. Ainda assim, a maior fatura é a dos jovens universitários, no Ensino Superior a despesa média esperada é de 829 euros.

Mais dificuldades no regresso às aulas

Mais de um quinto dos inquiridos (22%) receia não conseguir financiar a educação.

Ainda segundo o estudo do Observador Cetelem, este ano apenas 36% dos encarregados de educação diz ter total capacidade para pagar o regresso às aulas, o que significa um decréscimo de 15 pontos percentuais face a 2022. Já 5% admite que precisa de apoio para financiar os estudos.

Sobre a respetiva situação financeira, cerca de 40% diz que piorou este ano, um aumento de 20 pontos em comparação com o ano passado. Outros tantos dizem que mantêm a situação que tinham no ano anterior.

Os encarregados de educação com crianças no ensino público acreditam que estão financeiramente “pior” (32%) e “muito pior” (8%) de forma ligeiramente mais expressiva face ao ensino privado (28% e 6%, respetivamente).

Mais de metade sem poupanças para educação

A maioria (55%) dos encarregados de educação admite que não tem uma poupança para a educação (+16pp. face a 2022). Destes, 33% tencionam constituir uma poupança no futuro.

Outros 17% afirmam já ter uma poupança mas não vão gastá-la neste regresso às aulas, enquanto 28% terão de recorrer a este aforro.

É maior no ensino privado (33%) o número de encarregados de educação que vão recorrer às poupanças no regresso às aulas, face aos encarregados no público na mesma situação (27%).

Por outro lado, os encarregados de educação que não têm uma poupança, mas pretendem vir a constitui-la, é mais elevado no ensino público (34%) face ao privado (27%).