Enquanto se aproxima, rapidamente, a saída do Reino Unido da União Europeia, saída essa agendada para 29 de março, fonte europeia próxima do processo admitiu à Bloomberg que a UE pondera, caso Theresa May não consiga aprovar no parlamento britânico o acordo, conceder à primeira-ministra uma extensão de 21 meses para a saída, ou seja, até 2021.
No entanto, e mesmo parecendo haver uma espécie de acordo para a extensão entre Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, e a maioria dos países da União Europeia, a mesma só ocorrerá, de acordo com as regras do processo de negociação do Brexit, caso a primeira-ministra britânica a solicite – depois, a extensão terá sempre que ser formalmente aprovada pelos restantes governos da UE.
A intenção da União Europeia é a de evitar um “Hard Brexit”, ou seja, uma saída sem acordo – que a própria Theresa May vem rejeitando publicamente –, saída essa que significaria uma “catástrofe”, lembra à Bloomberg fonte europeia, sobretudo para a economia britânica mas, também, para os demais países da UE.
Enquanto a primeira-ministra May, devidamente mandatada pelo parlamento, procura alterações ao acordo já negociado com Bruxelas, nomeadamente no que diz respeito à fronteira entre as duas irlandas, na UE poucos parecem dispostos a negociar tais alerações e, mesmo que o façam, não acreditam que o que May vai levar dessa renegociação vá convencer os deputados a aprovar o acordo, garantiu à Blomberg a mesma fonte.
Analisando politicamente a possível extensão, esta pode representar uma pressão europeia aos defensores do Brexit no parlamento inglês, defensores que se veem tentados a escolher entre o apoio à solução de Theresa May (e uma saída já) ou ter o Reino Unido na União Europeia por mais dois anos.
As autoridades da UE, por sua vez, acreditam que o adiamento da saída permitiriá tempo para voltar à mesa de negociações para e discutir um plano muito mais abrangente para futuros laços comerciais.