O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, afirmou esta terça-feira que a Rússia "utilizará meios de destruição similares" caso os Estados Unidos forneçam bombas de fragmentação à Ucrânia, assegurando ainda que Kiev perdeu 26.000 soldados desde o início da contraofensiva.
"Se os Estados Unidos fornecerem bombas de fragmentação à Ucrânia, as Forças Armadas russas serão forçadas a utilizar armas similares contra as forças ucranianas", disse Shoigu em declarações transmitidas pela televisão russa.
Shoigu recordou que nem a Rússia, nem os Estados Unidos ou a Ucrânia, se associaram à Convenção sobre Munições de Fragmentação (adotada em Oslo em 2008), mas assegurou que Moscovo "sendo consciente da ameaça que representa esta munição para a população civil, absteve-se e abstém-se de usá-la" no decurso da campanha militar no território ucraniano.
No entanto, prosseguiu, Moscovo possui em reserva suficientes bombas de fragmentação que são "muito mais eficazes" e mais diversas do que as análogas norte-americanas.
Nas suas declarações, Shoigu também disse que a rede militar-industrial da Rússia multiplicou desde 2022 a produção de diversas armas e outros equipamentos para as suas Forças Armadas.
Nesse sentido, insistiu que o envio de bombas de fragmentação a Kiev apenas "alargará o conflito" na Ucrânia.
Sobre esta questão em concreto, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que a Ucrânia "está a ficar sem munições" e que é necessário "fazer todo o possível para as fornecer", apesar de considerar que a entrega das controversas bombas de fragmentação consiste numa decisão individual de cada país.
Em paralelo, o ministro da Defesa russo disse que a Ucrânia já perdeu mais de 26.000 soldados e 3.000 carros de combate desde a sua contraofensiva desencadeada no início de junho, e que nenhum dos objetivos propostos por Kiev foi alcançado.
"Desde 04 de junho, as baixas do inimigo foram mais de 26.000 soldados e 3.000 carros de combate diversos", afirmou o ministro aos 'media' russos, citado pela agência noticiosa Interfax.
Segundo precisou Shoigu, a Rússia destruiu nesse período 21 aviões, cinco helicópteros, 1.244 tanques e outro tipo de blindados, "incluindo 17 tanques alemães Leopard, cinco tanques sobre rodas franceses AMX e 12 blindados norte-americanos Bradley".
O ministro russo também assinalou que foram destruídas 914 unidades de equipamento bélico especial, dois sistemas antiaéreos, 25 lança-foguetes múltiplos, bem como 403 peças de artilharia e morteiros de várias proveniências.
O titular da pasta da Defesa afirmou que durante este período a defesa antiaérea russa derrubou 176 mísseis HIMARS, 27 mísseis de cruzeiro Storm Shadow e 483 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados).
"No geral, o inimigo não conseguiu nenhum dos seus objetivos em nenhum setor da frente", indicou.
Pelo contrário, e em relação às manobras das forças russas, Serguei Shoigu afirmou que em Lyman, no leste da Ucrânia, os grupos de assalto de duas brigadas motorizadas do grupo Centro não apenas repeliram a ofensiva ucraniana nos arredores da localidade de Karmazinivka, mas passaram à ofensiva e avançaram numa profundidade de um quilómetro e meio num setor da frente com dois quilómetros de largura.
Shoigu frisou que as forças russas continuam a atacar de forma efetiva o exército ucraniano e o armamento fornecido pelo Ocidente com armas de longo alcance e alta precisão, "reduzindo consideravelmente o potencial ofensivo do inimigo".
"Quero sublinhar de forma especial que apesar da sua intensa agenda de trabalho, o comandante em chefe [o Presidente russo Vladimir Putin] escuta duas vezes por dia relatórios detalhados do comando militar russo", concluiu.