O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, inaugurou hoje um novo colonato nos Montes Golã, território sírio anexado por Israel em 1981, batizado "Colina Trump" em honra do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O Presidente norte-americano reconheceu em 25 de março a soberania de Israel sobre a parte dos Golã tomada à Síria na Guerra dos Seis Dias de 1967 e anexada em 1981, o que nunca foi reconhecido pela comunidade internacional.
"Os Golã são israelitas e continuarão a ser", declarou Netanyahu, qualificando Trump como "grande amigo de Israel que tomou decisões que não tinham sido tomadas antes".
Os colonatos israelistas são locais onde vivem civis israelitas em território ilegalmente ocupado (e alguns casos anexado). A maioria começou a ser instalada depois da guerra dos Seis Dias, em 1967, quando Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. São ilegais à luz da lei internacional, mas em Israel alguns deles são permitidos pela lei nacional.
O Conselho de Ministros de Israel reuniu-se hoje excecionalmente numa tenda no norte dos Golã, na presença do embaixador dos Estados Unidos, David Friedman, para aprovar o nome do novo colonato - "Ramat Trump" em hebraico -, segundo imagens difundidas pelos 'media' israelitas.
O novo colonato vai ser construído numa localidade formada atualmente por quatro famílias de colonos.
A população da parte dos Golã ocupada e anexada por Israel é composta por cerca de 23.000 druzos - minoria muçulmana de língua árabe - e 25.000 colonos israelitas que ali se instalaram após 1967.
Os druzos, presentes nomeadamente na Síria e no Líbano, são um povo apátrida, mas consideram-se sírios e recusam a anexação israelita.
O reconhecimento da soberania israelita dos Montes Golã por Donald Trump marcou uma inversão da política seguida há mais de meio século pelos Estados Unidos e contraria o consenso internacional expresso em várias resoluções das Nações Unidas.