A Ordem dos Médicos Dentistas defende a criação de um cheque-dentista de urgência para responder a situações agudas e ainda o alargamento do programa de promoção de saúde oral a todos os jovens até aos 18 anos.
Numa carta aberta a todos os candidatos ao Parlamento, que será publicada em jornais nacionais no sábado, a Ordem dos Dentistas alerta para a "reiterada ausência de soluções de medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
Preocupada com a dificuldade da população, sobretudo da mais desfavorecida, em aceder a um dentista, a Ordem defende a criação de um cheque dentista de urgência, a disponibilizar em consultórios aderentes, "para dar resposta às situações recorrentes de dor e trauma dentário".
Numa altura em que se divulgam os programas eleitorais dos partidos candidatos às legislativas, os dentistas pretendem manifestar a sua disponibilidade para encontrar soluções que colmatem a falta da saúde oral no SNS.
A Ordem defende também o alargamento do cheque-dentista a todos os jovens até aos 18 anos, um programa que tem mostrado resultados positivos na população escolar.
O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral abrange já crianças e jovens que frequentam as escolas públicas aos 7, 10, 13 e 15 anos, bem como grávidas seguidas nos serviços públicos, idosos que recebem o complemento solidário e portadores de VIH/sida.
Para a Ordem deve ainda ser avaliada a inclusão no programa de doentes com diabetes, um grupo com riscos adicionais para problemas de saúde oral.
"Portugal tem mais de cinco mil clínicas e consultórios dentários com cobertura nacional com condições para que seja criada uma rede de convencionados com o SNS, abrindo em simultâneo a medicina dentária aos cuidados de saúde primários", defende a Ordem.
Para o bastonário Orlando Monteiro da Silva, que assina a carta aberta a todos os candidatos a deputados, tem havido uma "visão profundamente errada que separa a saúde oral da saúde no seu todo".