O presidente do Chega criticou esta quinta-feira o que classificou de "malabarismos políticos" de outros partidos para tentar "isolar o Chega" após as eleições legislativas e acusou o PS de "brutal incompetência" na saúde. André Ventura fechou o quinto dia de campanha oficial para as eleições legislativas de 10 de março com mais um jantar/comício, agora na Guarda.
"Desde que o Chega se assumiu nas sondagens como o desafiador, e elas não baixam e não saem do lugar em que o Chega solidamente se ancorou, entre os 17 e os 21%, os partidos procuram agora qualquer solução para deixar o Chega de fora. Todos. Fazem os maiores malabarismos políticos, parlamentares e diplomáticos para ver se conseguem isolar o Chega", afirmou.
"Se eles têm tanto medo, se se estão a tentar juntar de toda a maneira para nos isolar, não é pela ideologia nem pelo racismo nem pelo fascismo, é porque os tachos estão a acabar", afirmou.
"Eu hoje ouvi a mais fantástica de todas. O deputado Rui Tavares, do Livre, um partido de extrema-esquerda, veio dizer que também está disponível para dialogar com PSD e IL se isso excluir o Chega e isolar o Chega. Vejam onde chega a paranoia, o tachismo e o medo. Isto é o tipo de políticos que vendiam a mãe se fosse preciso para se manterem no poder", acusou, depois de à chegada ao comício lhe ter chamado "vendilhão político".
André Ventura disse não saber "o que PSD e IL têm a dizer sobre umas conversas com o Livre, que defende coisas tão extraordinárias como as renacionalizações de uma série de empresas, que a semana deve ter quatro dias de trabalho, que deve haver rendimentos de inserção para todos, quer trabalhem ou não", e deixou uma garantia.
"Com esta malta, com esta "esquerdalhada" toda que está no parlamento e que defende mais subsídios para toda gente, para quem não trabalha, que defendem ataques às polícias e a diminuição da autoridade, que defendem a bandalheira e impunidade, PSD e IL podem fazer o que entenderem, para mim eles valem zero e nunca me sentarei sequer à mesa com eles", disse, referindo que não fundou o Chega "para andar em cocktails com os outros partidos", mas sim "para falar aos portugueses e para lhes fizer o que vamos fazer".
Mais à frente no seu discurso, o presidente do Chega considerou também que o problema do estado da saúde no país é a "brutal incompetência" do PS.
"O PS se tivesse vergonha na cara não se candidatava a estas eleições", sustentou.
André Ventura voltou também a criticar a coordenadora do BE, dizendo que "as mentiras de Mariana Mortágua não acabam" e que é "a personificação, o símbolo, a expressão do que é a fraude e a burla que é a extrema-esquerda".
"Se os liberais e a AD estão confortáveis em falar com esta gente, nós só temos mesmo um caminho, temos que ignorá-los e ter maioria absoluta. É a única forma de conseguirmos governar", apelou.
Considerando que "o país vai mudar no dia 10 de março", Ventura defendeu que "acabou a hostilização e as cercas sanitárias" ao Chega.
Aproveitando que o cabeça de lista na Guarda é o antigo dirigente da Iniciativa Liberal Nuno Simões de Melo, o presidente do Chega considerou que este partido "que era suposto ser um partido de direita, que ajudasse o espectro da direita, algures no caminho passou a ser um partido apenas de direita economicamente e tudo o resto se transformou num partido de esquerda".
"O estar aqui o Nuno connosco, ser o nosso cabeça de lista, é sinal de que os verdadeiros originais liberais hoje estão no Chega, e isso deixa-me muito orgulhoso", disse em declarações aos jornalistas antes do comício.
No discurso, o cabeça de lista disse não ser da Guarda nem ter familiares naquele distrito, mas garantiu que pretende ser "uma voz ativa na Assembleia da República pela Guarda e pelas suas gentes".
Nuno Simões de Melo comprometeu-se a lutar para "cuidar de quem está, fixar população e atrair novos habitantes para a região" e defendeu que o Chega representa "a mudança" face a PS e PSD que são "mais do mesmo".
Nas últimas eleições legislativas, em 2022, o Chega foi a terceira força política mais votada mas falhou a eleição de deputados, tendo PS conseguido dois mandatos e o PSD um.