O Governo português recomendou esta quinta-feira a todos os cidadãos nacionais que evitem viajar para o Líbano, aconselhando os que se encontram naquele país a ficar "alerta" para quaisquer desenvolvimentos no contexto da guerra entre Israel e o Hamas no Médio Oriente.
No portal das comunidades, pode ler-se que "todas as viagens ao Líbano devem ser evitadas" e que "devem ser especialmente evitadas as províncias de Nabatia/Nabatieh e Líbano Meridional/Liban-Sud, próximas da fronteira com Israel".
Na atualização da informação aos viajantes, Portugal indica que "cidadãos nacionais residentes no Líbano deverão estar alerta a quaisquer desenvolvimentos, bem como às instruções que forem veiculadas pela Embaixada de Portugal em Chipre e por outros canais oficiais".
É ainda aconselhado aos cidadãos nacionais que devem "evitar participar em quaisquer manifestações, ajuntamentos ou distúrbios, bem como áreas em que os mesmos se registem".
A recomendação surgiu depois de as embaixadas dos Estados Unidos da América e do Reino Unido em Beirute terem emitido avisos aos cidadãos dos dois países que se encontram no Líbano para que abandonem o país "enquanto há voos disponíveis", face ao aumento das tensões entre Israel e o Hezbollah no contexto da guerra do Estado hebraico e do Hamas.
Os dois países já tinham avisado os seus cidadãos para que evitassem viajar até ao Líbano, no seguimento da ofensiva do grupo islamita Hamas contra Israel, lançada no dia 7 de outubro, à qual Israel continua a responder com bombardeamentos à Faixa de Gaza.
"Recomendamos aos cidadãod dos EUA no Líbano que se preparem para abandonar o país [enquanto] há opções [de voos] comerciais disponíveis", disse a embaixada norte-americana em comunicado.
Da mesma forma, a embaixada britânica deixa o conselho: "Se estiverem no Líbano, encorajamo-vos a abandonarem [o país] enquanto há opções comerciais disponíveis."
"Os cidadãos britânicos devem ter cautela e evitar áreas em que haja protestos", acrescenta a embaixada do Reino Unido em Beirute.
A fronteira do Líbano com Israel tem sido palco diário de confrontos entre o grupo Hezbollah e as forças israelitas no contexto da guerra de Israel contra o Hamas, que ao final de 11 dias já contabiliza mais de 4.900 mortos, 1.400 do lado israelita, sobretudo civis, e pelo menos 3.500 na Faixa de Gaza, também quase todas civis, incluindo centenas de crianças.
Na terça-feira, o Departamento de Estado dos EUA tinha aumentado o nível de alerta para os seus cidadãos no Líbano do nível t3 para o 4, o mais elevado.
Em comunicado, a adminitração Biden informou que só seriam autorizadas viagens não-essenciais de pessoal diplomático e das suas famílias, citando uma situação de segurança "imprevisível" devido à guerra Israel-Hamas.
Muitos países ocidentais e árabes têm estado a encorajar os seus cidadãos a evitarem viagens para o Líbano, aconselhando aqueles que estão no país a voltarem para casa. Na quarta-feira, a Arábia Saudita pediu aos seus cidadãos para abandonarem o Líbano "imediatamente", com o Kuwait a seguir o exemplo.
França, Alemanha, Canadá e Austrália também já alertaram contra viagens para o Líbano, com Espanha a desaconselhar todas as viagens não-essenciais.
As tensões na fronteira já provocaram pelo menos 21 mortos no Líbano, de acordo com um balanço da AFP. Entre os mortos, sobretudo militantes do Hezbollah, contam-se três civis, um deles jornalista da Reuters. Do lado israelita, morreram pelo menos três pessoas.
[atualizado às 16h51]