A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) divulgou os resultados de 2022 do Programa de Monitorização do Lixo Marinho em praias de Portugal Continental, num documento síntese realizado no âmbito do Protoloco de Cooperação entre a APA e a Fundação Oceano Azul.
O relatório engloba os resultados da recolha de lixo de 55 campanhas realizadas em 14 praias distribuídas pelas 5 regiões de Portugal Continental - é, por isso, apenas uma amostra do total de lixo marinho recolhido em Portugal.
Através desta amostragem é possível dizer que a categoria de lixo marinho mais encontrada nas praias portuguesas são fragmentos de plástico de 0 a 2,5 cm, seguido de fragmentos de esferovite de 0 a 2,5 cm, com beatas e filtros de cigarro a ocupar o terceiro lugar.
Entre os plásticos de uso único, as beatas e filtros ocupam o primeiro lugar.
O relatório dá conta de uma subtil tendência de redução do lixo marinho encontrado. No entanto, "esta evidência tem de ser vista com cautela uma vez que esta constatação resulta apenas de informação recolhida nas 14 praias do programa, devendo ainda ser considerado que os fenómenos naturais para além dos antropogénicos também influenciam invariavelmente os resultados".
Quanto à abundância total por categoria, o cenário de 2022 é semelhante ao de anos anteriores com a categoria Plástico (que inclui poliestireno) a dominar com 88% dos itens identificados.
Entre as outras categorias destacam-se os Artigos Sanitários com 6%, o Papel & Cartão com 1,8% e o Metal com 1,3%. Do tipo de lixo relacionado com a pandemia Covid-19 apenas foi identificada a presença de máscaras, representando 0,1% de todo o lixo identificado.
O relatório também indica o turismo e atividades recreativas, o saneamento e a pesca e aquacultura como as maiores fontes de lixo marinho.
O primeiro objetivo da monitorização do lixo de praia é “fornecer informações sobre a abundância, composição, distribuição espacial e tendências do lixo de praia.”
O relatório completo da Campanha 2022 pode ser consultado aqui.