Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS, defende que a nota do gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República (PGR) deveria ter omitido as menções feitas pelos arguidos ao primeiro-ministro, António Costa.
Em declarações feitas durante o programa São Bento à Sexta, da Renascença, Brilhante Dias considera que seria “no mínimo adequado” que essa parte da nota não fosse tornada pública.
"Foi dada notícia, e essa notícia não era de todo necessária até porque o primeiro-ministro não seria suspeito, estaria a ser mencionado por terceiros", atira Eurico Brilhante Dias, referindo-se ao parágrafo que terá levado ao pedido de demissão de António Costa.
Eurico Brilhante Dias admite que o envolvimento do primeiro-ministro tem "interesse público", no entanto acredita que o "impacto político" desse parágrafo "muito curto" é demasiado grande. "Essa reserva seria prudente e, no mínimo, adequada", sentencia.
Eleições beneficiam partidos "populistas"
Sobre a crise política, precipitada precisamente por causa da demissão do primeiro-ministro, o líder da bancada socialista acredita que "aproveita muito pouco aos partidos democráticos e muito aos partidos populistas”.
Eurico Brilhante Dias admite que estas eleições "podem levar a um bloqueio no país” e acusa o líder do PSD de fazer declarações "absolutamente populistas" depois da demissão de António Costa.
Antecipando a campanha, que deve acontecer entre o final de fevereiro e o início de março, o líder parlamentar do PS antevê que, se precisar, o PSD vai aliar-se com o Chega.
"Se o PSD precisar, vai fazer acordos com o Chega", acusa Eurico Brilhante Dias, contrariando o que os social-democratas têm vindo a garantir.
Eurico não é candidato
Marcelo Rebelo de Sousa ditou o destino das eleições antecipadas e no PS já se deu o tiro de partida para a corrida à liderança do partido. José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, já fez saber que é candidato, e do outro lado deve ter Pedro Nuno Santos.
Eurico Brilhante Dias aproveitou para se colocar fora da corrida: "Não seria nunca", garantiu com boa disposição.
"Temos pessoas em melhores condições e devemos pôr essas pessoas a desenvolver esses papéis", justificou o líder da bancada socialista.