Zelenskiy acusa forças russas de transformarem Donbass “num inferno”
20-05-2022 - 04:20
• Renascença com Agências
O Presidente ucraniano diz que a ofensiva militar russa já provocou “muitos mortos” e será classificada de “genocídio do povo ucraniano”.
No seu habitual discurso noturno, o Presidente da Ucrânia afirma que as forças russas estão a intensificar a pressão no Donbass, no leste do país, considerando que a ofensiva militar de Moscovo já destruiu aquela região. “É um inferno e isto não é um exagero”, garante na sua comunicação em vídeo.
“Estão a destruir o máximo de casas, instalações sociais e empresas. Isto é que será classificado de genocídio do povo ucraniano e será por isso que os ocupantes serão levados perante a justiça”, declara Volodymyr Zelenskiy, ao acusar as forças russas de pretenderam provocar o maior número de mortos possível.
“O bombardeamento brutal e inútil de Severodonetsk fez 12 mortes e dezenas de feridos num só dia. Têm decorrido bombardeamentos e ataques noutras cidades, com mísseis a partir do ar e da terra por parte do exército russo. Isto não são apenas hostilidades durante a guerra. Há muitas vítimas mortais. O Donbass está totalmente destruído. Nada disto tem nem pode ter qualquer explicação militar para a Rússia”, aponta o Presidente ucraniano garantido que a estratégia militar de Moscovo passa por “uma tentativa deliberada e criminosa de matar o máximo número de ucranianos”.
Na mesma mensagem em vídeo, Volodymyr Zelensky estima que a ajuda anunciada por Washington a Kiev “constitui um investimento para a segurança do Ocidente”.
Os Estados Unidos anunciaram o envio de 100 milhões de dólares (94 milhões de euros) em equipamentos militares para a Ucrânia, após a aprovação de 40 mil milhões de dólares (37,7 mil milhões de euros) pelo Congresso norte-americano.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra na Ucrânia, que entrou no 86.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas – cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.