O Presidente russo voltou esta quinta-feira a falar aos jornalistas habitual conferência de imprensa de fim de ano, onde reforçou que a guerra vai continuar até à total "desnazificação" e "desmilitarização" da Ucrânia. “A vitória será nossa” na “operação militar especial”, garante.
No estúdio do canal estatal russo, Vladimir Putin defende que a Rússia tem tentado "durante décadas" construir "relações estáveis" com a Ucrânia, mas que “lamentavelmente, o que está a acontecer agora nas relações com a Ucrânia parece uma guerra civil".
O Presidente russo diz ainda que Odessa "é uma cidade russa", argumentado que a justificação ucraniana tem como base "invenções sem sentido histórico".
Putin comentou também que o antissemitsmo e a islamofobia estão a aumentar, assim como a própria russofobia, que considera ser "um dos vetores da luta contra a Rússia".
Além disso, quando foi questionado sobre a indústria do país, o Chefe de Estado garantiu que "nada colapsou", apesar de aquilo que se pensava. "Eles estavam enganados", remata.
Quanto à relação com a União Europeia, Putin argumenta que quem "estragou as relações" foi Bruxelas, além dos 27 Estados-membros que já tinham "negligenciado" os interesses russos anteriormente.
Após o golpe de Estado de 2014 na Ucrânia, o Euromaidan, Vladimir Putin disse que a Rússia e União Europeia nunca mais tiveram “relações normais”.
Putin não coloca toda a Europa no mesmo saco. Existem exceções: o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán. Para o Presidente russo, estes são dos poucos que “não se comportam desta maneira” na União Europeia.
O Presidente russo vira também as atenções para os Estados Unidos. “Eles forçaram-nos a tomar algumas ações. Os Estados Unidos organizaram, a Europa acompanha-os. Como construir as relações com eles?”, questionou o Chefe de Estado russo.
Vlaidmir Putin vai candidatar-se à Presidência pela quinta vez e mereceu um comentário vindo do lado norte-americano. John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da presidência norte-americana, ironizou dizendo: "Bem, vai ser uma batalha épica, não é?".
O Chefe de Estado russo está há quase um quarto de século no poder e é conhecido pela repressão dos opositores.
Em curso está a negociação entre a Rússia e os Estados Unidos para a libertação dos cidadãos norte-americanos. Putin disse que não "vai ser fácil", mas confirma que está em contacto com os Estados Unidos para encontrar uma solução. "O lado norte-americano deve ouvir-nos", aconselha.
Vladimir Putin falou também acerca da guerra Israel-Hamas, garantindo que há uma “grande diferença” entre aquilo que está a acontecer em Gaza e aquilo que está a acontecer na Ucrânia. “Olhe-se para a operação militar especial e para a operação em Gaza e sinta-se a diferença: não acontece nada assim na Ucrânia”.