O Papa Francisco aceitou a renúncia do arcebispo de Washington, anunciou esta sexta-feira o Vaticano.
O Cardeal Wuerl, que completará 78 anos em novembro, já tinha apresentado a sua resignação – como é próprio, há três anos, quando fez 75. Mas, como acontece muitas vezes quando se trata de arcebispos, o Papa não aceitou de imediato a sua saída.
Em setembro, já em plena crise na Igreja americana por causa da denúncia dos abusos alegadamente praticados pelo seu antecessor (o agora ex-cardeal Theodore McCarrick), Wuerl foi ao Vaticano e renovou o seu pedido de resignação ao Papa, que agora foi aceite.
Na carta que nessa altura dirigiu aos padres da arquidiocese de Whashington, o cardeal Wuerl afirmou que a decisão de ir a Roma tinha como objetivo “sarar as feridas dos sobreviventes que tanto sofreram e dos fiéis que nos foram confiados e que também sofrem com a vergonha destes atos terríveis, tendo dúvidas sobre a capacidade de liderança do seu bispo”.
“Tornou-se claro”, continuou o cardeal, que “uma decisão da minha parte, mais cedo ou mais tarde, seria um fator essencial para que a Igreja arquidiocesana possa ultrapassar este momento”.
Donald Wuerl sucedeu diretamente a McCarrick em 2006, por escolha de Bento XVI, mas negou sempre ter tido conhecimento dos casos suspeitos que envolvem o antecessor, que por decisão do Papa foi entretanto retirado do colégio cardinalício e remetido a uma vida de retiro e oração.
O relatório sobre os abusos, divulgado em agosto, considera que Donald Wuerl não agiu corretamente na gestão de outros alegados casos de abuso quando foi bispo de Pittsburg.