O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) mostra-se desiludido e triste por não haver árbitros portugueses no próximo Mundial do Qatar.
“É uma desilusão e temos que o encarar dessa forma. A nossa arbitragem merecia que tivéssemos árbitros presentes no Mundial, fosse em que função fosse. Alguma coisa não estamos a fazer tão bem e tenho a certeza que não tem só a ver com o trabalho dos árbitros”, diz Luciano Gonçalves.
Em Bola Branca, o líder da APAF considera que é necessário “repensar, perceber, temos de fazer na arbitragem o que se fez quando a Seleção não conseguia estar presente nas grandes competições”.
Luciano Gonçalves lembra que vários árbitros lusos fizeram jogos internacionais, nomeadamente Artur Soares Dias, que esteve numa meia-final da Liga Europa, e é preciso “perceber o que está a faltar”.
“Não é falta de qualidade dos nossos árbitros. Temos muita qualidade na nossa arbitragem e temos grandes árbitros”, acrescenta.
O apelo à reflexão abrange todos os que estão ligados ao fenómeno futebolístico. O “ambiente hostil” que se sente em Portugal em relação à arbitragem portuguesa também “não ajuda em nada”.
“Temos de respeitar estes intervenientes naquilo que é o bolo do futebol e todos em conjunto temos de refletir”, refere.
A FIFA divulgou esta quinta-feira a lista de 129 oficiais de arbitragem nomeados para o Campeonato do Mundo, que vai decorrer entre novembro e dezembro.
Entre árbitros principais, árbitros assistentes e vídeo-árbitros não há portugueses. Tal não acontecia desde o Mundial de 2006.