Depois das (muitas) críticas, a reação. A Amazon anunciou esta terça-feira que irá aumentar, já no próximo mês, o salário mínimo dos seus empregados nos Estados Unidos para 15 dólares por hora.
A medida abrangerá 250 mil empregados, incluindo aqueles que se encontrem em regime de part-time ou possuam vínculos temporários. A estes acrescem mais 100 mil trabalhadores sazonais da empresa.
Foi o próprio fundador e CEO da Amazon, Jeff Bezos, que anunciou a medida em comunicado: "Estamos entusiasmados com a mudança e encorajamos os nossos concorrentes e outros grandes empregadores a juntarem-se a nós". E acrescentou, Bezos: "Ouvimos os nossos críticos e pensámos muito sobre o que queríamos fazer".
As críticas a que o líder da Amazon se refere dizem respeito aos baixos salários que a empresa pratica nos Estados Unidos, bem como às condições laborais precárias que oferece aos empregados.
Em média, um trabalhador da Amazon recebe menos de 28.500 dólares (24.800 euros) anualmente. Um valor que é sensivelmente metade do que é pago, por exemplo, por outra grande empresa do sector logístico e da distribuição nos Estados Unidos, a UPS.
Com o aumento agora anunciado, os trabalhadores da Amazon vão receber, em média, 31.200 dólares (27.150 euros) por ano.
Ao longo dos últimos meses muitos foram os que se opuseram às condições laborais na Amazon. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou publicamente, via Twitter, a gigante do retalho no começo do ano, acusando a Amazon de "pagar muito pouco" em impostos e ter transformado os correios norte-americanos numa espécie de "moço de recados".
Mais recentemente, o senador Bernie Sanders liderou uma iniciativa legislativa (batizada, nem de propósito, como "Bezos Act") que pretende taxar as empresas por cada dólar que os seus trabalhadores recebam em cuidados de saúde ou ajudas de alimentação cedidas pelo Estado.
Entretanto, e já depois do anúncio da Amazon, Sanders reagiu, dizendo esperar que "outras grandes corporações na indústria da restauração, aviação e comercio sigam a iniciativa [da Amazon]".
Jeff Bezos tem uma fortuna avaliada em 152 mil milhões de dólares (cerca de 131 mil milhões de euros), sendo considerado pela revista "Forbes" a pessoa mais rica do mundo. A Amazon conta com mais de 575 mil empregados em todo o mundo.