O antigo autarca Luís Filipe Menezes pediu esta quinta-feira à população da Afurada que vote na AD de Luís Montenegro como fez com Soares e Sá Carneiro, referindo que também eles na altura nunca tinham sido primeiros-ministros.
Luís Filipe Menezes, que foi eleito presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia em 1997 e exerceu essas funções até 2013 - pelo meio liderou o PSD, entre 2007 e 2008 -, juntou-se hoje pela segunda vez à campanha da Aliança Democrática (AD) para as legislativas de domingo, desta vez no concelho onde foi autarca.
Estava prevista uma ação de rua da AD na Afurada, mas devido à chuva passou para o interior das instalações da Junta de Freguesia, onde Menezes recordou como mudou esta freguesia, que quando assumiu funções ainda "tinha esgotos na rua" e pessoas "sem casa de banho em casa", para contestar a ideia de que "a política não serve para nada".
"Esta terra da Afurada é uma terra especial, é uma terra com ideologia. Muitas vezes vota socialista, e bem, porque vota nas pessoas, não acredita num partido cegamente, de umas vezes vota de uma maneira, de outras vezes vota de outra maneira, consoante a confiança que tem nas pessoas", declarou.
Numa sala cheia de gente, com o presidente do PSD ao seu lado, Luís Filipe Menezes referiu que "esse candidato a primeiro-ministro do PS", Pedro Nuno Santos, "diz que não se pode votar no Luís Montenegro porque ele não tem experiencia governativa".
"Mas a Afurada votou totalmente em Mário Soares e ele nunca tinha sido primeiro-ministro. A Afurada e Gaia votaram em Sá Carneiro e ele nunca tinha sido primeiro-ministro", salientou.
O antigo autarca defendeu que as pessoas da Afurada "agora têm boas razões para não votar no candidato do PS, porque, ele sim, já governou e já mostrou que não sabe governar".
"Quanto a Luís Montenegro temos a expectativa que, pela sua maneira de ser, pela sua simplicidade, pela sua ligação ao povo, poderá corresponder às nossas esperanças de ser alguém como nós, e que sabe quais são os nossos problemas e que vai mudar Portugal", acrescentou.
Menezes considerou que "esta improvisação é o sinal daquilo que o Luís Montenegro representa para Portugal: a necessidade de arregaçar as mangas e ser como os pescadores da Afurada, ir para o mar com bom ou mau tempo e ter sempre esperança no futuro".
O presidente do PSD chegou com uma hora de atraso a esta iniciativa, à qual se juntaram os cabeças de lista da AD nos círculos do Porto, Miguel Guimarães, de Lisboa, Joaquim Miranda Sarmento, de Braga, Hugo Soares, entre outros candidatos e dirigentes partidários.
A seguir ao discurso de Menezes, Montenegro foi apresentado aos microfones como "o nadador salvador que vai salvar Portugal destas marés agrestes socialistas".
"Nesta comunidade de luta, nesta comunidade que não vota sempre no PSD e na AD, que vai escolher pessoas para governar o país, eu quero dizer: nós somos de confiança, nós sabemos bem o que é ter uma vida difícil", afirmou.
Dirigindo-se à população da Afurada, o presidente do PSD sustentou que, "as pessoas, mais do que ajudas financeiras, também querem ajudas de em termos de oportunidades, querem os instrumentos para produzi" e pediu a todos "que até domingo façam um esforço para reforçar essa confiança" e acreditem que Portugal pode "fazer mais".