O líder do Chega considerou esta segunda-feira, a propósito do artigo do antigo Presidente da República Cavaco Silva no Público, que "não é a ir ao passado buscar os esqueletos do armário" que a direita vai vencer as eleições.
"Vejo o PSD continuamente preso a esse passado. Está à espera que Pedro Passos Coelho ou está à espera de Aníbal Cavaco Silva, ou quer que Durão Barroso volte, Manuela Ferreira Leite... Quer dizer, é isso que temos para apresentar às pessoas ao fim de oito anos de governo socialista?", questionou André Ventura.
Falando aos jornalistas antes de uma visita ao mercado de Natal do Parque Eduardo VII, em Lisboa, o presidente do Chega considerou que, para ganhar, a direita tem de mudar o "chip".
"Se não ganharmos, ninguém nos vai perdoar não termos ganho nesta oportunidade. Agora, não é a ir ao passado buscar os esqueletos do armário que a gente vai ganhar, é a mostrar propostas de dinâmica, energia e futuro", defendeu, indicando que é "esse futuro" que vai apresentar aos portugueses até às eleições legislativas de 10 de março.
André Ventura disse não querer "apresentar para o futuro do país alguém que era primeiro-ministro" na década de 1980.
"Eu acho que nós temos de dar futuro às pessoas, o passado elas conhecem-no. Nós temos de usar futuro, esperança. Vamos esquecer o passado e vamos olhar para o futuro, o país que queremos dar, o país moderno de esperança, de energia, de crescimento, de riqueza, e não o país do passado.
O líder do Chega afirmou que o PSD "fará o que entender, apresentará quem entender", mas defendeu que este reaparecimento mediático de Aníbal Cavaco Silva "é mau para o PSD, é mau para o país", porque "dá a ideia que os novos líderes à direita não são capazes de fazer esta alternativa".
"O professor Cavaco Silva não é candidato a primeiro-ministro e acho que quando Cavaco Silva é a última reserva do PSD e é ele que tem de aparecer a defender o PSD, eu acho que mostra bem como o PSD está num estado pouco dinâmico e com pouca energia", criticou.
Ventura considerou também que o antigo Presidente da República e antigo líder do PSD "tem razão quando diz que as contas certas do Partido Socialista são uma armadilha, porque são apenas o argumento fácil quando o PS quer usá-lo a seu favor e não usa noutros momentos que tem de usar".
O líder do Chega afirmou igualmente que "Cavaco Silva propõe para os novos governos algo que nunca fez enquanto primeiro-ministro".